Bruno Paixão errou e prejudicou o FC Porto no jogo da Supertaça.
Não viu a bola ser desviada pelo braço de Tonel na área do Sporting, deixando passar em claro uma grande penalidade que poderia ter colocado o campeão nacional em vantagem no marcador. Pior do que isso, até porque o lance da grande penalidade foi suficientemente rápido para lhe valer o benefício da dúvida, resolveu parar o jogo para permitir a assistência a Derlei com uma precisão quase cirúrgica, senão vejam: não parou o jogo quando o jogador se magoou num choque com o companheiro Romagnoli durante um ataque do Sporting; não parou o jogo enquanto a bola esteve na posse de Liedson que nunca mostrou vontade de a colocar fora de campo para o companheiro ser assistido; nem sequer parou o jogo quando o FC Porto lançou o contra-ataque, mas Adriano estava em desvantagem entre Polga e Abel. Parou-o apenas quando Adriano ficou em vantagem no lance e em situação privilegiada para alvejar a baliza de Stojkovic. Um decisão incompreensível e a destempo com prejuízo claro para os portistas...
Já agora: qual a posição oficial de Soares Franco do Sporting face a esta roubalheira?
A questão é pertinente pois os jogos ainda nem sequer contavam para competições oficiais e já Soares Franco sacudia de cima dos ombros para cima dos árbitros a responsabilidade pelos maus resultados. Isto na sequência do torneio do Guadiana e relativo ao jogo com o benfica. Foi um mau começo, por mais do que um motivo, e demonstra até que ponto os velhos hábitos são os mais difíceis de largar, até por quem costuma reclamar para si próprio o mérito de uma nova postura de credibilidade e responsabilidade entre os dirigentes desportivos. De que forma, por exemplo, é que as críticas de Soares Franco a Pedro Henriques no final do último jogo do Torneio do Guadiana contribuem para a credibilidade do futebol de uma forma responsável? Nenhuma. Pedro Henriques cometeu erros? É provável. Afinal, também ele está na pré-temporada, aquela fase da temporada em que os erros, ao contrário dos maus hábitos, ainda podem ser corrigidos. Aquilo que as críticas de Soares Franco já terão conseguido foi condicionar as escolhas do Conselho de Arbitragem da Federação para os jogos do Sporting e logo o da Supertaça, com Pedro Henriques, um dos melhores da última temporada, a ser certamente riscado da lista de opções. Com um pouco de sorte, terão até conseguido condicionar o trabalho do árbitro – Pedro Henriques não será - que vai apitar o jogo entre o FC Porto e o Sporting. Pelo caminho, o presidente do Sporting passou o anual atestado de irresponsabilidade aos seus jogadores. Se perderem, não foi porque correram menos, quiseram menos, jogaram menos que o adversário. Nada disso, a culpa foi do árbitro.