No Quiribati da Europa há uma companhia aérea que serve sete aeroportos nacionais, mas que não voa para Óbidos e muito menos para Leiria. O que é bom para quem lá mora e ainda melhor para o FC Porto, que dessa forma fica livre de voos que divergem, conseguindo demorar menos de 10 horas a chegar a Óbidos. Aliás, a boa disposição matinal de Jesualdo Ferreira podia explicar-se com a certeza que a aproximação à Supertaça seria feita por estrada.
Fora desta viagem ficou Rui Pedro, o que pela primeira vez é resultado de uma opção técnica. Hoje saber-se-à oficialmente que foi levantada a suspensão preventiva imposta pela FPF e que o impossibilitou de participar nos jogos da pré-temporada e no Europeu de Sub-19. O que constitui uma enorme surpresa, porque sempre pensei que uma investigação de mês e meio sobre dois minutos de atraso a caminho da sala de anti-doping resultaria numa estrondosa condenação. Só quem nunca urinou poderia pensar o contrário. Afinal, Rui Pedro até podia ter disputado os jogos de pré-temporada - esteve no estágio na Holanda -, ou então ter ajudado, quem sabe, Portugal a melhorar a discreta passagem pelo Europeu de Sub-19. Mas, porque se atrasou dois minutos, nada disso sucedeu. Há quem tivesse conseguido jogar ainda antes de cumprir o totalidade do castigo por um teste positivo. O que não foi o caso de Rui Pedro. No Quiribati não há futebol, mas os pouco menos de 100 mil habitantes conseguiram em 2006 ajudar uma taxa de crescimento semelhante à portuguesa. E bem melhor do que o Norte de Portugal - de onde é cada vez mais complicado partir e chegar de avião -, que cresce abaixo da média nacional.
É por isso que uma vitória do FC Porto é, cada vez mais, "uma vitória contra tudo e contra todos". Até contra o atraso e o silêncio.