Eu sou do tempo em que o futebol português era uma "paz" (podre). A cadeira da Federação Portuguesa de Futebol era ocupada, ano sim ano não, pelo representante dos boifiquistas e dos calimeros. De vez em quando, para agradar ao senhor presidente do conselho, lá punha o rabo o representante da cruz de Cristo. Todos de lisboa, claro. Eram "gloriosos" campeonatos e taças disputados pelos da capital colonialista. Os árbitros eram uns senhores, de conduta irrepreensível e aplaudida. Erros? Sim, aconteciam, mas os pasquins de então, que são os mesmo de hoje, "a bolha" e o "rascorde", consideravam as falhas arbitrais como coisas normais do jogo, da mesma forma que um avançado falhava de baliza aberta e o guarda redes "enfrangava", o senhor do apito também podia errar. Afinal, errar era humano.
Curiosamente os vencedores eram os mesmos clube do homem que ocupava o cadeirão da rua da Alegria. De lisboa, portanto.
Nada parecia estranho. Lembro-me mesmo de uma final da Taça de Portugal, corria o ano de 1979, entre os "sporten" e o FC Porto, e o árbitro do encontro, que muito fiz para que os calimeros saíssem vencedores, assim que acabou o jogo, tinha no seu balneário um fato à medida (as provas tinham decorrido algumas semanas antes) e um bilhete de avião, com todas as despesas pagas, para acompanhar o "sporten" de lisboa numa digressão à China! Normalíssimo, portanto. Nenhuma suspeita nem qualquer indício de favorecimento. Naquele tempo eram coisas banais: os fatos por medida e as viagens à Ásia com as equipas de lisboa... Mais tarde, com a inflacção, as viagens ficavam-se pelas visitas ao Elefante Branco e uns almoços em Canal Caveira... Que o diga um tal de King...
Pois bem, os vícios mantêm-se e ainda estamos para perceber como é possível um tal de Cristovão e um tal de "sporten" ainda não terem sofrido as consequências de tentativa de corrupção e de deturpação da verdade desportiva, já para não falar de cilada montada contra um árbitro.
Relembre-se a artimanha: um moço de recados do vice-presidente dos lagartos foi propositadamente ao Funchal, efectuar um depósito numa conta de um árbitro ou juiz de linha que iria apitar um encontro futuro entre uma equipa da Madeira e o tal "impoluto" sporten... Aos olhares menos atentos pareceria uma tentativa de corrupção por parte dos visitados, em que a "desgraçada vítima" seriam os calimeros de lisboa. Saiu-lhes o tiro pela culatra. A marosca foi descoberta.
No próximo fim de semana, vai ocorrer no "isento" campo de Oeiras na isenta capital, (onde nem a selecção nacional joga, mas que dá sempre jeito para que a final da taça aí aconteça e comece desde logo a beneficiar uma equipa da capital colonialista) mais uma final da taça. Uma das equipas chegou aí de forma justa: a Académica de Coimbra. A outra, o "sporten", se lhe fosse aplicada a justiça célere que aplicaram ao Boavista FC, nem poria os cotos em tal prélio, face ao "affair" Pereira Cristóvão. Mas parece que os tempos da impunidade para as equipas mouras continua...
Só falta mesmo saber se os calimeros vão efectuar alguma digressão de final da época, pois se o fizerem, já sabemos que os "conhecimentos e práticas" do sr. Pereira vão ter certamente uma prenda para o árbitro designado para ajudar, perdão apitar o "sporten" contra a Académica.
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