Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

A parábola do pedinte (*)

Se olharmos despretensiosamente para o que se passa à nossa volta, e para o que se passa mais além, por este mundo, é fácil notarmos que o que está presente em cada pensamento é possuir, conquistar, manter um determinado nível, integrar-se no meio social em que está inserido, alicerçando os seus projectos numa vida saudável, economicamente estável e socialmente integrado.
Há os que conseguem esse estatuto e há os que vão ficando cada vez mais desiludidos e defraudados nas suas expectativas.
A vida não é fácil de acordo com padrões adquiridos e ambicionados.
E o homem olha para aquilo que tem, procura mais, deseja adquirir o que vê na posse do amigo ou vizinho, é aliciado por um consumismo minuciosamente estudado, e transforma-se num ser insaciável procurando "ter"!
Esta curtinha história começa assim:

Havia mais de trinta anos que um pedinte se sentava na berma de uma estrada. Um dia, passou por ali um estranho.
- Alguma moedinha? - pedinchou o pobre, estendendo automaticamente o seu boné de basebol.
- Não tenho nada para te dar. - disse o estranho. Depois, perguntou:
- O que é isso em que te sentas?
- Nada! - respondeu o pedinte - Apenas uma caixa velha. Sento-me nela desde que me lembro.
- Algum dia viste o que tem dentro? - tornou o estranho.
- Não. - respondeu o pobre - De que me serviria? Não há nada lá dentro.
- Vê o que tem dentro. - insistiu o estranho.
O pedinte conseguiu forçar a tampa. Com surpresa, incredibilidade e exaltação, verificou que a caixa estava cheia de ouro.

Moral da história? Por vezes, precisamos que um estranho nos diga para olharmos para dentro de nós próprios.


(*) copy+paste de Amaral do Nascimento

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