(*) via JN por Almeida e Sousa, Engenheiro
Fez dia 17, 50 anos que morreu nesta cidade um homem bom a quem o Porto muito deve, diria mesmo, daqueles a quem o Porto mais deve Alfredo de Magalhães. Poucos o terão lembrado. Homem bom, inteligente, eloquente como agora já não se é, desprendido como gostaríamos que os nossos políticos fossem, tendo apanhado o sopapo do Ultimatum aos 20 anos, isso terá determinado a sua vida. Passou a não admitir o país tal qual era, e cedo procurou nos ideais republicanos, então emergentes, a transformação que, para ele, era vital. Temos pena que a extensão deste artigo não permita dizer melhor quem foi e o que fez. Quando muito, permite enunciar. Enunciemos, pois.
Quem foi? Republicano em 1910, teve todas as possibilidades foi professor da Universidade do Porto, director da sua Faculdade de Medicina, seu reitor, ministro duas vezes, para além de governador civil de Viana do Castelo, comissário na Madeira, governador-geral de Moçambique, presidente da Associação dos Jornalistas do Porto e quantas coisas mais!
O que lhe devemos? A Maternidade Júlio Dinis numa hora em que a mortalidade infantil era, no Porto, dupla da média nacional, as cantinas das escolas quando a alimentação das crianças pouco passava da que recebiam na escola, a captação de água no subleito do Douro quando a do rio Sousa já não chegava para o consumo, o impulso do saneamento da cidade ao tempo a vergonha das nossas vergonhas, a compra do velho Palácio de Cristal quando todos se resignavam com a sua ruína, e tanta, tanta outra coisa.
Não temos mais espaço, ficamos por aqui. Mas qual foi, afinal, a grande lição do professor? Pois, na minha ideia, outra não foi senão o fim da sua vida. Quando sobreveio a idade - morreu com 87 anos, era muito nesse tempo - teve de ser internado no hospital e a ciência e a arte dos seus colegas conseguiram prolongar-lhe a vida. Mas prolongando-se o internamento, acabou-se-lhe o dinheiro que tinha e foram os colegas que tiveram de pagar o que faltou. Reflictamos um Homem daqueles, com todas as qualidades que Deus lhe deu, e todos os altos cargos que em vida desempenhou, com toda a riqueza que soube criar, quando chegou ao fim da vida não teve sequer dinheiro para pagar a sua doença. Morreu pobre como Job! Que grande lição para nós todos, sobretudo para os políticos que nos governam! Só é preciso que estes a queiram compreender.
Fez dia 17, 50 anos que morreu nesta cidade um homem bom a quem o Porto muito deve, diria mesmo, daqueles a quem o Porto mais deve Alfredo de Magalhães. Poucos o terão lembrado. Homem bom, inteligente, eloquente como agora já não se é, desprendido como gostaríamos que os nossos políticos fossem, tendo apanhado o sopapo do Ultimatum aos 20 anos, isso terá determinado a sua vida. Passou a não admitir o país tal qual era, e cedo procurou nos ideais republicanos, então emergentes, a transformação que, para ele, era vital. Temos pena que a extensão deste artigo não permita dizer melhor quem foi e o que fez. Quando muito, permite enunciar. Enunciemos, pois.
Quem foi? Republicano em 1910, teve todas as possibilidades foi professor da Universidade do Porto, director da sua Faculdade de Medicina, seu reitor, ministro duas vezes, para além de governador civil de Viana do Castelo, comissário na Madeira, governador-geral de Moçambique, presidente da Associação dos Jornalistas do Porto e quantas coisas mais!
O que lhe devemos? A Maternidade Júlio Dinis numa hora em que a mortalidade infantil era, no Porto, dupla da média nacional, as cantinas das escolas quando a alimentação das crianças pouco passava da que recebiam na escola, a captação de água no subleito do Douro quando a do rio Sousa já não chegava para o consumo, o impulso do saneamento da cidade ao tempo a vergonha das nossas vergonhas, a compra do velho Palácio de Cristal quando todos se resignavam com a sua ruína, e tanta, tanta outra coisa.
Não temos mais espaço, ficamos por aqui. Mas qual foi, afinal, a grande lição do professor? Pois, na minha ideia, outra não foi senão o fim da sua vida. Quando sobreveio a idade - morreu com 87 anos, era muito nesse tempo - teve de ser internado no hospital e a ciência e a arte dos seus colegas conseguiram prolongar-lhe a vida. Mas prolongando-se o internamento, acabou-se-lhe o dinheiro que tinha e foram os colegas que tiveram de pagar o que faltou. Reflictamos um Homem daqueles, com todas as qualidades que Deus lhe deu, e todos os altos cargos que em vida desempenhou, com toda a riqueza que soube criar, quando chegou ao fim da vida não teve sequer dinheiro para pagar a sua doença. Morreu pobre como Job! Que grande lição para nós todos, sobretudo para os políticos que nos governam! Só é preciso que estes a queiram compreender.