Direcção de marketing do BPP contraria versão de Manuel Alegre
Em declarações ao i, o director de marketing do BPP garante que o candidato foi pago em cheque e não devolveu o valor
O candidato Manuel Alegre é um grande cromo. O PS apresentou-o, como se costuma fazer nestas circunstâncias, para perder. Mas o poeta, com o seu ego insuflado, não entendeu e deu em agir como se fosse mesmo candidato, para embaraço de vários socialistas. Além disso, porta-se com um grau de esquizofrenia política que não pode deixar de cativar o mais desatento que até preferisse entreter-se com as desventuras do Sporting: apoiando o partido que tem governado desde 1995 e nos conduziu à penúria actual, na maioria das vezes com elogios e bajulações em abundância, acusa Cavaco Silva de responsabilidades da crise; ao mesmo tempo que apoia e aceita o apoio de um político que tem sobre si suspeitas de receber subornos, de falsear projectos de arquitectura, de tirar uma licenciatura com favores, de não pagar a siza do seu apartamento, de manipular para controlar os órgãos de comunicação social e, enfim, de mentir compulsivamente, mostra-se indignado com negócios inteiramente legais de Cavaco Silva; enquanto espeta o dedo acusador à comissão de honra de Cavaco Silva por ter lá uns pestíferos que estiveram ligados à SLN (chicote na praça pública com eles) enreda-se em várias versões hilariantes para esconder o facto de ter feito publicidade a um banco quando era deputado e não o podia fazer (chamando-lhe, porque nos considera tolos, um ´texto literário’), de ter aceite o pagamento combinado e, ao contrário do que afirmou, não ter tido qualquer vontade de o devolver; estando enclausurado no mundo da guerra fria, acusa Cavaco Silva de falta de modernidade; grita que Cavaco é um candidato de facção, sendo o candidato do BE. E, qual cereja no topo do bolo, nos últimos dias deu em insultar sondagens que virão e lhe serão desfavoráveis (e eu que não encontrei a rábula da Tina Fey no SNL gozando com Palin desvalorizando as sondagens) e – não podia faltar, depois da folhinha da PIDE que não se coibiu de usar – ameaça com a morte da democracia resultante da vitória de Cavaco, qual Segoléne a ameaçar com a revolução nas ruas viesse Sarkozy.
Manuel Alegre, reconheça-se, é um pantomineiro e assumiu para si o valoroso objectivo de nos divertir neste início de ano que, graças ao governo que apoia, terá os gumes afiados. Devemos agradecer-lhe. Nunca, claro, com votos.
(via Farmácia Central)
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