Antes que o Inverno Acabe
Não fixes os olhos
onde desnascem pedras
e em bando se precipitam os pássaros
Vem afagar os cães
o coração dos meus barcos
deixa que abrupta a chuva caia
em desalinho rasgue neblinas
quebre silêncios
Recolhe os sons da água
e os latidos
até que se encham os cântaros
rebente de vez a indiferença
dos ranchos
vergados a decepar videiras
Deixa que tudo se mova
Vem amar esta terra
às mãos cheias
mesmo que a voz se deite em surdina
para mais tarde acordar
a partir do chão
Deixa que abrupta a chuva caia
de preferência com relâmpagos
para te incendiar a íris
o rancho se levantar
e as videiras ganharem força
Vem
antes que o Inverno acabe
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