Declaração
Quando a 29 de Maio de 2010 nos reunimos uns tantos numa sala do Clube Literário do Porto para lançarmos o Movimento pró Partido do Norte, acreditei que nascia ali uma nova vontade para defender o Norte e afirmar os seus interesses.
Criar um novo partido não é uma tarefa fácil, sobretudo se se afirma contra o centralismo e contra este situacionismo resignado que nos vai afundando devagarinho. Mas criar mais um partido não traz qualquer mais-valia se afinal for para repetir os tiques e os truques dos que já estão no terreno.
Como alguém disse nessa tarde de Maio, assumiamos ali uma enorme responsabilidade perante o país e perante os nortenhos e que se defraudássemos as expectativas dos que pretendiamos representar, estariamos a prestar um péssimo serviço à causa da Regionalização e a desbaratar um capital de esperança e de simpatia de que não eramos donos.
Em política não há seguros de vida nem são precisos cavaleiros brancos. Para os oportunistas da undécima hora pode haver ali fundos de comércio ou nichos de mercado eleiçoeiro, mas acredito que a luta decanta esses vírus e que o tempo desmascara a inconsistência dos discursos meramente exaltados.
Se alguma coisa aprendemos ao longo destas décadas de democracia é que tem de haver uma outra maneira de travar combates na arena política. Não se trata de procurar a novidade pela novidade mas de tirar as lições da experiência acumulada e de com base nesse balanço abrir outras pistas, unir todos os esforços, organizar democraticamente os cidadãos e funcionar colegialmente.
Persistir em dinâmicas aparelhisticas, em golpadas propagandísticas, em manipulações de opinião, em cultos de personalidade ou carícias de vaidades mal-tratadas não é apenas um desperdício de energias mas sobretudo uma fraude e uma traição imperdoáveis.
O Norte dispensa aventuras desse género. O Norte e o país precisam de um outro rigor, de uma outra humildade e de uma outra seriedade. Hoje, volvidos alguns meses depois da reunião de Maio, devo-me e devo-vos a sinceridade da conclusão a que cheguei: a actual direcção do MPN terá o direito e a legitimidade de prosseguir os métodos e o rumo que escolheu, mas esse rumo e esses métodos não me interessam, pois tenho a ousadia de pensar que não servem os genuínos interesses do Norte.
Considero-me, portanto, desvinculado a partir de agora do Movimento pró Partido do Norte.
Francisco de Sousa Fialho
Nas poucas vezes que encontrei FSFialho, reconheci a eloquência, os ideais e a sábia energia colocada na justiça e na defesa do seu território: O Norte de Portugal.
Foi pois, com surpresa, frustração e tristeza que li as palavras acima.
Não entendo a decisão, muito menos as críticas que ele profere. Certamente terá as suas razões, mas gostaria de lhe perguntar: não há uma razão maior para tentar apaziguar essa divergências? Então e o Norte? Então o compromisso?
Um reparo: tenho estado presente em todas as actividades públicas (reuniões e debates, na Alfândega e na inauguração da sede em S. Brás), mesmo na rua a recolher assinaturas. Na maioria delas encontrei apenas um dirigente reconhecido: Pedro Baptista. E os outros?
1 comentários:
Também tinha uma opinião positiva do FSF, no entanto, a ambiguidade das explicações sobre a sua demissão do MPPNorte deixam a ideia de algum excesso de sensibilidade.
Abraço
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