SOMBRAS VERTEBRADAS
Por Magritte
Já os cães tinham ladrado tudoquando os pássaros se recolheramem coro nos jacarandáse tu chegavas aladada cirandapara repousar no parapeitoda minha janela
Aqui tão perto ressoavamos meus silêncios preferidosnas marés desgrenhadas
os teus olhos de púrpurarecolhidos em ânforasnuma feira de barro
para ficares mais leve de palavras
Sereníssima afloraste o velho alaúde
mas foi da escarpa onde te vejoque nunca saberei quem ésa projectar réstias de solnas sombras vertebradas
que movem os teus dedos
Por Magritte
Já os cães tinham ladrado tudo
quando os pássaros se recolheram
em coro nos jacarandás
e tu chegavas alada
da ciranda
para repousar no parapeito
da minha janela
Aqui tão perto ressoavam
os meus silêncios preferidos
nas marés desgrenhadas
os teus olhos de púrpura
recolhidos em ânforas
numa feira de barro
para ficares mais leve de palavras
Sereníssima afloraste o velho alaúde
mas foi da escarpa onde te vejo
que nunca saberei quem és
a projectar réstias de sol
nas sombras vertebradas
que movem os teus dedos
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