Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

Da Dragosfera (II)


O Futebol Clube do Porto alcançou o título de campeão de forma justa e inquestionável. Mais do que isso, analisada na óptica dos interesses portistas e, sobretudo, de Pinto da Costa, esta é uma vitória perfeita. Desde logo, constitui a reafirmação de uma hegemonia que poderia estar ameaçada por um Benfica que, na época passada, parecia ter encontrado a equipa e a liderança necessárias para uma afirmação duradoura. Para além disso, tem o valor de ser conquistada por um treinador sem currículo e sem experiência. Depois do mau desempenho portista na época anterior, Villas Boas constituiu uma aposta pessoal de Pinto da Costa de alto risco. Confirma-se agora o seu elevado retorno, contra todo o cepticismo inicial. O treinador de Playstation derrotou o autoproclamado catedrático da bola. E deixou-o a uma distância a que só o Sporting está (ai de mim) habituado. Mais, esta foi uma época em que o Futebol Clube do Porto humilhou o Benfica no confronto directo. Cinco a zero em casa e vitória na Luz são coisa para, só por si, encher a época a um dragão. Acresce a este quadro a possibilidade de celebrar o título na Luz, nos bigodes de Luís Filipe Vieira. E, quando seria difícil imaginar melhor enquadramento, eis que o Benfica se encarrega de proporcionar um contexto ainda mais favorável. Apagar as luzes e ligar o sistema de rega introduz na festa azul e branca um ingrediente adicional de guerrilha que Pinto da Costa muito aprecia. Para além da superioridade manifestada em campo, pode agora explorar a inferioridade de que o Benfica deu provas  depois de o jogo acabar. A ideia de um clube que luta contra tudo e contra todos aí está prontinha para ser explorada. O já tradicional frango à Roberto não foi, por isso, o único tiro no pé benfiquista da noite passada. A somar a tudo isto, face à exibição do guarda-redes encarnado, o Futebol Clube do Porto parece ter já alguns Robertos de avanço na preparação da próxima época. Tudo somado, creio que nem em sonhos o líder portista teria imaginado tantos motivos para comemorar.

Rui Rocha

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