Afastar José Sócrates e este PS que, sob a sua tutela, nos tem governado nos últimos seis anos, é uma necessidade de higiene política (inclusivamente para o próprio Partido Socialista), à qual o país sobreviverá mal, se isso não vier a acontecer nas próximas legislativas. Na verdade, pedir aos principais fautores da crise, que nos levou à bancarrota financeira e moral, que agora a resolvam, seria abdicar de qualquer esperança em poder ter melhor do que esta miséria a que, por enquanto, estamos condenados. As consequências da possibilidade de José Sócrates vir a ganhar as próximas legislativas são moralmente incalculáveis para o nosso país e para os portugueses, mas não andariam muito longe da imagem de educarmos as nossas crianças com a fábula de um capuchinho vermelho que pedisse desculpas ao lobo mau por este lhe ter comido a avó.
É nesta e apenas nesta exacta medida, que as sucessivas argoladas do PSD são preocupantes. Porque elas podem levar a uma vitória do PS que não pode acontecer. É que, ao contrário do que se poderia calcular há uns meses, quando as sondagens davam maioria absoluta ao PSD com quase mais 20 pontos percentuais do que o PS, as sondagens hoje conhecidas provam que as próximas eleições estão longe de estar ganhas. E compreende-se: numa situação de instabilidade grave, como aquela em que vivemos, as pessoas querem ver projectos claros e líderes resolutos que os possam executar. Tudo o que os partidos da direita, até agora, não lhes apresentaram.
0 comentários:
Enviar um comentário