Recebi este comentário por e-mail, enviado pela Patrícia Lopes. Embora desconheça a origem, acho-o um must.Aqui vai:
Fernando Nobre tem confessadas simpatias monárquicas. Apesar disso, o republicaníssimo Mário Soares convidou-o para membro da Comissão Política e da Comissão de Honra da sua candidatura presidencial, em 2006. Apesar de ter apoiado Soares, o Bloco de Esquerda convidou-o para mandatário nacional da sua lista de candidatos ao Parlamento Europeu em 2009, liderada por Miguel Portas. Apesar de ter sido mandatário da candidatura do Bloco, o social-democrata António Capucho convidou-o no mesmo ano para membro da Comissão de Honra da sua candidatura autárquica a Cascais. Apesar de ter sido apoiante do candidato presidencial do PS em 2006, Fernando Nobre desafiou o candidato presidencial do PS em 2011, apresentando-se ele próprio a sufrágio. Com o apoio, entre muitas outras figuras, de Maria Barroso e Isabel Soares.
Monárquico, republicano, de esquerda e de direita: querem um verdadeiro independente? Aí o têm. Pedro Passos Coelho acaba de o convidar para integrar a lista eleitoral do PSD por Lisboa - e ele aceitou. Caiu o Carmo e a Trindade. Como se o percurso errático de Fernando Nobre na política tivesse começado agora. E esquecendo os actuais críticos que foi por causa dessas contradições e não apesar delas que Nobre recolheu 600 mil votos em Janeiro, correspondentes a 14% dos sufrágios nas presidenciais. Ampliando o fenómeno José Manuel Coelho também no escrutínio presidencial de há três meses: um político que se diz comunista e apesar disso foi eleito por um partido de direita para a Assembleia Legislativa Regional da Madeira, tendo recebido na candidatura a Belém votos de todos os quadrantes políticos.
Deixemo-nos de hipocrisias: na corrida aos candidatos independentes, Nobre era certamente o nome mais cobiçado. À esquerda e à direita. Socialistas e bloquistas gostariam de o ter também com eles, como já sucedeu no passado. Passos Coelho levou a melhor, os adversários políticos criticam-no. Tudo isto faz parte do jogo político e teria porventura alguma importância se o País não estivesse - como está - à beira da bancarrota.
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