Contava-me há dias um membro do actual Governo que, na sua dependência, tinha um organismo que ocupava um edifício no centro da capital pelo qual pagava 390 mil euros por mês. Para albergar, dizia-me ele, 44 funcionários que cabiam em várias dependências devolutas que o mesmo gabinete governamental possuía ou arrendava (apesar de estarem sem gente lá dentro...) Em vários outros pontos da cidade.
Assim vai o poder em Lisboa. Com o necessário pagamento do condomínio, que acresce aos 390 mil euros, o espaço necessário para cada um daqueles 44 briosos funcionários sai a qualquer coisa como 10 mil euros/mês para poderem trabalhar em condições. Não consegui saber a quem era paga tal soma de arrendamento, mas é inegável que é um ruinoso negócio para o Estado.
A decisão de arrendar tal edifício há-de ter sido tomada pelas melhores razões por um governante qualquer, com justificações dadas em despachos e leis, validadas por superiores hierárquicos. Mas é disto que falamos quando se critica o Estado obeso até à inanidade. Rola dinheiro porque o Estado tem sempre nota para distribuir, porque pode sempre ir buscá-la - ou tirá-la, ou roubá-la - aos contribuintes. É isto que quem manda no Estado tem que compreender. A economia tem recursos sempre finitos e se o Estado os malbarata está a prejudicar a economia.
Manuel Queiróz, no Grande Porto
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