O colonialismo lisboeta intensifica-se

"A Regionalização não é um tema que está na agenda"

disse o secretário de Estado Paulo Júlio

Depois das inúmeras acções centralistas concertadas contra o Norte, (manutenção dos "estudos" do novo aeroporto para os capitalistas-construtores do eixo do poder manterem as suas fortunas e o seu vergonhoso nível de vida, roubo das receitas do Aeroporto do Porto e do Porto de Leixões para pagar os prejuízos dos congéneres lisboetas,  linha Porto-Vigo e a escandalosa e ardilosa acção governativa, para citar alguns) tivemos agora, pela boca de um badameco secretário de estado a confirmação daquilo que, no Norte, sempre soubemos. Lisboa quer manter o poder a todo o custo. A podridão mantém-se. Querem fazer reformas nos municípios, mas no estado, nas instituições coloniais TODAS com sede na capital "imperial", ninguém toca. Porque não impor tratamento igual para os funcionários públicos lisboetas? Despedimentos, pois claro! Estão a mais, todos o sabem! Nidificam os gabinetes, as fundações, as instituições "nacionais" com rosto lisboeta. Mantém-se a panelinha dos directores gerais, dos coordenadores, sub-directores e toda a corja ineficaz e ineficiente que arrastou e continua a arrastar este país para o lixo europeu e mundial. Sacam-se os salários aos trabalhadores e assim, os colonialistas vão mantendo o seu tacho, tudo em nome do império do eixo lisboa-cascais... Até quando vamos ficar de braços cruzados?


Relembremos:

Projecto de revisão constitucional do PSD, artigo 255

Passos Coelho prometeu criar uma região piloto para avaliar custos e benefícios.

O PSD queria mesmo eliminar a obrigatoriedade de criar regiões administrativas em todo o país e ao mesmo tempo. Uma de duas: ou era engodo, ou a vontade de (tentar) regionalizar passou-lhe depressa.

Os outros europeus e nós

Mesmo mergulhada numa crise ainda mais grave do que a nossa, a Grécia criou regiões, vendo nelas um instrumento de modernização do país, de redução de custos na administração pública, de eliminação de assimetrias regionais e de impulso ao desenvolvimento económico. Estão loucos? Se sim, são acompanhados pelos restantes 12 países que, na Europa a 15, também têm regiões. Faltamos apenas nós e os irlandeses. Pode ser que os inteligentes sejamos nós e os irlandeses. Mas também pode ser que, um destes dias, fiquemos, outra vez, orgulhosamente sós.

Estas duas últimas observações são da autoria de Paulo Ferreira, in JN