AEP vai reivindicar gestão do Aeroporto do Porto contra privatização da ANA
O presidente da Associação Empresarial de Portugal (AEP) garantiu hoje que, se o Governo decidir privatizar a Ana - Aeroportos de Portugal "em bloco", vai reivindicar a gestão autónoma do Aeroporto Francisco Sá Carneiro, no Porto.
"Se se falar na alienação em bloco da ANA, com certeza que apareceremos a reivindicar a capacidade de gerir localmente este equipamento, expurgando as questões da segurança e do tráfego aéreo", disse hoje o presidente da AEP, José António Barros, acusando a empresa gestora dos aeroportos portugueses de esconder os números relativos à exploração das diversas infra-estruturas portuárias.
À margem da conferência "Portugal com norte", na Fundação de Serralves, no Porto, José António Barros defendeu que "faz todo o sentido que a gestão comercial seja feita pelas gentes do norte e até mesmo a gestão das rotas, porque sabem quais os destinos que interessam tanto do ponto de vista das exportações como do turismo".
Na sua intervenção, em que defendeu a regionalização, o dirigente patronal recordou que, aquando das obras de renovação e ampliação do aeroporto Francisco Sá Carneiro, "foi preciso lutar para fazer do aeroporto aquilo que é hoje quando consideravam que era um investimento faraónico".
No debate organizada pela TSF, Jornal de Notícias e Fundação Serralves, o presidente da AEP adiantou que, por várias vezes, tentou sem sucesso saber quais as contas de cada um dos aeroportos portugueses.
"Foi-nos dito por várias vezes que não havia contas separadas por aeroportos, ou seja, que a ANA não tinha ideia dos custos de exploração de cada um dos aeroportos. Não sabe, porque não quer dizer que o Sá Carneiro já está neste momento a subsidiar outros aeroportos e as taxas que se pagam no Sá Carneiro estão a redundar em benefícios para outros aeroportos", declarou.
O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, afirmou ontem que o Governo irá no prazo mais curto possível eliminar os direitos especiais do Estado nas empresas e executar as privatizações da ANA, TAP, CP Carga, EDP, REN e CTT.
O ministro das Finanças avançou que, num prazo também "tão curto quanto possível", o Governo irá avançar com a privatização da ANA-Aeroportos de Portugal, TAP, CP carga, Galp, EDP, REN, CTT e ainda do ramo segurador da Caixa Geral de Depósitos, "sem esquecer a alienação das participações do Grupo Caixa em áreas não estratégicas.
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