Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

Datas com história: 18 de Dezembro de 1961

Ocorreu há 50 anos a operação Vijay, através da qual a União Indiana tomou Goa.
Historicamente foi o início da queda do orgulhoso Império Português, que o regime de Salazar acreditava ser eterno. Goa não tinha à altura qualquer importância económica ou estratégica para Portugal, possuindo apenas um valor simbólico e cultural. Era por outro lado um território militarmente indefensável, pelo que só por obstinação o país poderia pretender conservá-lo após a declaração de independência da Índia.
A estratégia de Salazar em defender obstinadamente Goa representou por isso um irrealismo total, que não hesitou em pedir um sacrifício humano inaceitável. Salazar pretendia a morte de todos os militares portugueses em Goa, apenas com o fim de provocar uma condenação internacional da Índia. Ao mesmo tempo ordenou que fossem retiradas de Goa as relíquias de São Francisco Xavier, algo que seria traumatizante para os católicos de Goa.

O absurdo da estratégia de Salazar atingiu o ponto de solicitar ajuda à Inglaterra com base na antiga aliança para combater a União Indiana em Goa. Como se os ingleses que foram expulsos de toda a Índia fossem a seguir entrar em guerra com a Índia apenas por causa de Goa. Seria como se a Inglaterra fosse pedir a Portugal que entrasse em guerra com o Brasil se o Brasil decidisse invadir a Guiana Inglesa.

Perante esta estratégia absurda o governador Vassalo e Silva tomou as decisões que se impunham. Não aceitou conduzir os militares seus subordinados a uma morte inútil, nem devolveu a Portugal as relíquias do santo, uma vez que sabia perfeitamente que os goeses nunca lhe perdoariam se o fizesse. Tal valeu-lhe a fúria do regime, tendo ficado com a carreira militar destruída. Mas teve o devido reconhecimento dos habitantes de Goa. Quando uns anos mais tarde lá voltou, foi apoteoticamente recebido. Os goeses sabiam que tinha sido graças a ele que a libertação de Goa não ficou manchada por um banho de sangue.


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