A Ilusitânia, a aglutinação possível das palavras «Ilusão» e «Lusitânia», traduz por inteiro a falta de autenticidade do Estado Novo, um regime que cultivou as aparências e aprisionou a liberdade, encarando-a como uma ameaça e nunca como um bem social primário.
Nesta luta sem tréguas pela ocultação da realidade, a Censura representou um instrumento que serviu os interesses do Salazarismo e do Marcelismo; e fez descer sobre Portugal e as suas possessões um manto: obscurantista que se traduziu num provincianismo retrógrado. A Comissão de Censura e o Conselho de Leitura foram os carcereiros das ideias oficialmente consideradas como subversivas ou dissolventes, num jogo que envolveu interesses políticos, económicos e culturais naquela que era vista, na fase do quase encerramento do ciclo colonial português, como a jóia do Império — Angola.
A dificuldade em convive com a realidade tem concedido pouco tempo a este assunto e escassos ventos nos têm trazido a aragem da descoberta.
Este livro chega ao prelo para tentar afirmar-se como contributo no erguer desse véu sob o qual a realidade de ontem subsiste tão envergonhada, esquecida que a História de qualquer povo engloba um activo e um passivo que importam conhecer.
0 comentários:
Enviar um comentário