Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

Alguém acredita em almoços grátis?

Está preparado? Vem aí um novo aumento de impostos. Afinal o Governo que nos prometeu um “virar de página” prepara-se para nos contar a mesma história: “read my lips”. E até já tem a narrativa bem estudada: vão-nos dizer que o verdadeiro aumento de impostos foi feito com Vitor Gaspar e que com eles serão os “ricos” a pagar a crise.

O leitor (ou se preferir, o contribuinte) é livre de acreditar no que quiser, mas a verdade é que no fim do dia - e agora vem o chavão - a factura será paga pelos de sempre: a classe média. O que é isso? Bem, não terá sido por acaso que tenha sido este governo, logo nos primeiros meses, a querer (re)definir esse conceito. E curiosamente quem o fez foi o Secretário de Estado dos Assuntos Fiscais Rocha Andrade. O tal que entretanto soubemos que não recusa uma primeira classe.

Dizia Rocha Andrade, em Fevereiro deste ano, “que há uma outra classe média que ganha 900, ou 1000 ou 1.100 euros por mês, em empregos de pessoas que concluíram o liceu e trabalham no comércio, nos serviços e operários industriais”. Serão eles as novas vítimas? A verdade é que toda esta gente não sendo rica, vale o suficiente para o Fisco. E num Estado a precisar de dinheiro, numa economia que definha, e sobretudo num modelo económico que fraqueja é urgente encontrar receita.

Tal como num deserto, onde o mais pequeno lago é um oceano, no actual estado do país o bolso dos remediados pode ser visto como uma espécie de porquinho mealheiro. Estamos nas lonas e cada vez mais endividados e essa é a dura realidade. É um facto que as culpas também vêm de trás, mas foram os que lá estão que nos prometeram, à conta do consumo interno, uma viragem na economia. Já deu por ela?

Podem agora tentar disfarçar, argumentando que as negociações para o OE ainda vão no adro, mas já todos percebemos que há mais carga fiscal pronta a sair. E em nome de quê? Da famosa devolução de rendimentos que sustenta a geringonça de esquerda. Tira-se à classe média para dar aos funcionários públicos. Retira-se a sobretaxa mas reajustam-se os escalões em nome de uma “progressividade” que porá a pagar mais os que já pagam muito. Não nos venham dizer que não há aumentos de impostos. Há e será “brutal” se for aplicado aos que já não ganham muito e vão passar a ganhar menos. Nas contas que vão sendo avançadas na comunicação social as alterações ao IRS vão afectar mais 370 mil pessoas.

E o que diz a esquerda sobre tudo isto? Pede mais. Mais aumentos nas pensões, mais salário mínimo, mais devoluções de rendimentos. Para BE e PCP o poço não tem fundo. A esquerda está apenas e só preocupada com a sua agenda. São cúmplices e silenciosos. Agora já não condenam aumentos de impostos, já os aumentaram no anterior Orçamento e vão voltar a fazê-lo.

Quem acreditou no “mundo perfeito” da geringonça talvez comece a perceber que de facto não há mesmo almoços grátis. Bruxelas acaba sempre por mandar a conta.

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