A Ordem Soberana e Militar de Malta é uma das mais antigas instituições da Igreja Católica. Fundada como ordem religiosa no século XI para prestar assistência aos peregrinos que iam para Jerusalém, rapidamente se transformou numa ordem militar de cavaleiros, dedicados a proteger a Terra Santa.
Uma celebração com membros da Ordem de Malta. Jack Taylor/Getty Images
Hoje em dia, preserva apenas a sua tradição militar, e os seus mais de 13 mil membros dedicam-se ao apoio aos mais pobres em todo o mundo. Tal como o nome indica, a instituição é uma entidade soberana à luz do direito internacional, mesmo não tendo um território. Além disso, mantém relações diplomáticas com dezenas de países do mundo, incluindo Portugal e o próprio Vaticano, e pode emitir documentos oficiais, como passaportes.
Depois de, em 1798, ter perdido a ilha de Malta, que lhe dá nome, a ordem está agora sediada em Roma e é governada pelo Grão-Mestre e pelo Conselho Soberano, um conjunto de altos oficiais da instituição que servem funções de ministros. A ordem tem mesmo uma Constituição própria, que lhe garante soberania e permite a intervenção do Papa na governação em casos muito excecionais, uma vez que a ordem depende da Santa Sé.
O caráter soberano da Ordem de Malta, aliás, é um dos pontos fundamentais da actual polémica com o Papa, uma vez que foi o argumento utilizado por Matthew Festing, o antigo Grão-Mestre da ordem, para tentar impedir o Papa Francisco de investigar um caso de afastamento de um dos principais responsáveis da instituição, no ano passado. Com Matthew Festing afastado por Francisco, a ordem é agora governada por um Grão-Mestre interino, Ludwig Hoffmann von Rumerstein, que deverá ocupar o lugar até à eleição do novo responsável.
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