As primeiras corridas num local desconhecido são sempre memoráveis. É desta forma que começa um artigo publicado no jornal britânico TheGuardian, em que o autor conta como foi "a primeira vez" no Porto: recém-chegado, resolveu fazer jogging. Saiu para as ruas empedradas da Baixa e... perdeu-se. A partir daí, encontrou "magia".
Oliver Balch é escritor e blogger, costuma escrever sobre viagens e transporta a descoberta da cidade para uma crónica inspirada. O testemunho é de quem, a correr, absorve as impressões vívidas de tudo o que lhe é apresentado "numa sequência cinematográfica" em estreia absoluta.
Por 60 minutos, escreve num estilo próprio, "o mundo transformou-se em algo palpitante", com o céu "ainda mais azul do que poderia imaginar". Como que alheia à pressa do movimento, a paisagem urbana "clamava por atenção", com as ruas "a declararem a sua estreiteza" ou as margens do rio "a proclamarem a sua inclinação".
"Passada uma semana, ainda consigo fechar os olhos e reconstituir o meu trajeto da linha de partida à linha de chegada, cada passo" - diz o autor, que cristalizou imagens como o "primeiro vislumbre do magnífico Palácio de Cristal, à medida que espreitava de uma arriba lá no alto"; pescadores citadinos "que preguiçam em torno de canas e caixas de pesca"; seniores "que jogam cartas e sorriem"; o "chef de avental que cozinha sardinhas frescas num grelhador à beira da estrada". Lembra a "fileira de palmeiras organizadas, o farol que recebe as vagas do Atlântico, as aves marinhas nos baixios, as casas na frente ribeirinha com as varandas estendidas ao horizonte".
Oliver Balch, que afirma sentir "ainda agora as margens do Douro" a chamá-lo de volta, socorre-se da ciência para expor os motivos por que uma primeira corrida num lugar desconhecido é uma experiência irrepetível, Resolveu fazê-lo dando o Porto como exemplo. [ daqui ]
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