Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

Sinal dos tempos

Esta ilha está a desaparecer.
Mas os habitantes não acreditam nas alterações climáticas


Para os habitantes de Tangier, o que é preciso é um novo paredão. A ilha perdeu dois terços da sua massa por causa da erosão desde 1850


© REUTERS/Adrees Latif

Este verão, uma delegação de activistas republicanos visitou a Ilha de Tangier, um pedaço de terra verde na Baía de Chesapeake, Virgínia, para tentar convencer os 450 habitantes a levar a sério as alterações climáticas.
Num jantar com os habitantes da ilha e 2 de Agosto, os activistas do RepublicEn, liderados pelo ex-deputado republicano Bob Inglis, apresentaram os cenários: o nível do mar está a subir e alguns cientistas calculam que, dentro de décadas, a ilha, que já sofre uma forte erosão, precisará de ser abandonada.
As pessoas de Tangier estão habituadas a estas mensagens. O ex-vice-presidente Al Gore, um proeminente activista sobre as alterações climáticas, tinha dado um discurso semelhantes aos ilhéus três dias antes. Também estão habituados a rejeitá-las.
"Falaremos com todos", disse James Eskridge, presidente da câmara da ilha, tradicionalmente republicana. "Mas não vão mudar muitas cabeças aqui". Os moradores, garante, não acreditam nas alterações climáticas: querem um novo paredão para evitar a erosão, não uma palestra sobre salvar o mundo com painéis solares.
A firme rejeição das alterações climáticas dos habitantes de Tangier reflecte a rigidez das opiniões americanas sobre o aquecimento global, muitas vezes definidas ao longo das linhas dos partidos políticos. Uma sondagem Reuters/Ipsos mostra que mais de um terço dos americanos, principalmente republicanos, rejeitam o consenso científico de que as alterações climáticas são causadas pela actividade humana. Menos de um terço dos americanos acredita que o aquecimento global representa uma ameaça iminente para os Estados Unidos. E estas opiniões não parecem ter sido influenciadas pelos devastadores furacões deste verão.
Essa divisão na opinião pública provou ser uma dor de cabeça para os legisladores dos EUA que procuram soluções consensuais para travar as alterações climáticas, como taxar as emissões de carbono ou encorajar as energias renováveis. E embora os conservadores sempre tenham sido cépticos quanto às alterações climáticas, os que duvidam têm um novo e poderoso aliado: o presidente dos Estados Unidos. Donald Trump disse que o aquecimento global é um embuste e começou o processo de retirar os Estados Unidos de um pacto global para combatê-lo, argumentando com o que diz ser o enorme custo económico.
Eskridge disse à Reuters que Trump lhe telefonou em Junho, depois de ver um relatório sobre os graves problemas de erosão na ilha, dizendo-lhe para não se preocupar com o aumento do nível do mar. "Eu acredito que o homem tem impacto, mas não na extensão que outros dizem - foi disso que eu e Donald Trump falámos", disse Eskridge.

Queremos ficar
Um estudo do Corpo de Engenheiros do Exército em 2015 mostrou que Tangier perdeu dois terços da sua massa desde 1850 por causa da erosão, um processo que os cientistas dizem estar a ser exacerbado pelas mudanças climáticas.
Jornalistas e políticos veem a ilha como um símbolo da crise climática. Os habitantes estão felizes com a atenção, mas acreditam que o problema deles é mais simples. Um paredão construído num lado da ilha no final dos anos 80 impediu que a terra recuasse, dizem eles, de modo que outro paredão é a resposta.
"Não queremos uma conta da luz mais barata, queremos ficar aqui", diz Deborah Pruitt, de 57 anos, que trabalha no museu da ilha, onde notícias sobre a ilha são exibidas na parede.


Activistas do clima conservadores como Rob Sisson da ConservAmerica e Mitch Hescox da Evangelical Environmental Network apontam que a rejeição das alterações climáticas pelos habitantes de Tangier não é surpreendente: seus grupos geralmente têm problemas para convencer os republicanos de que o aquecimento global é um problema real. Muitas vezes, dizem, as pessoas opõem-se à ideia de que os humanos são sequer capazes de mudar o clima, mesmo que o desejassem.

A deputada da Flórida Ileana Ros-Lehtinen, um dos poucos republicanos a declarar publicamente que acredita nas alterações climáticas, disse que tem uma estratégia para conseguir que os republicanos pensem soluções: "Eu descobri que a melhor maneira ... é não me debruçar sobre as causas", diz num e-mail. [ daqui ]

0 comentários: