Em Portugal, quando faz calor, há incêndios. Quando chove, há cheias. Quando alguém decide roubar armas, as armas são roubadas. Quando as coisas correm bem, é mérito do governo; quando as coisas correm mal, o governo não podia fazer nada. Um governo que beneficia exclusivamente do bom momento da economia mundial, do reequilíbrio feito pelo governo anterior, do boom do turismo e dum Presidente ultra-protector que, até aqui, tinha como prioridade fazer cair o líder da oposição. Dirá: mas, em termos económicos, as coisas estão a correr bem. Estão. Até vir a próxima crise internacional. Ou esboço de crise. Ou ameaça de esboço de espécie de crise. Nessa altura, o governo vai encolher os ombros e dizer que não havia nada que pudesse fazer. Tal como na próxima vaga de calor ou de chuva, no próximo incêndio ou na próxima cheia.
Portugal já teve governos bons (poucos), maus (muitos) e muito maus (alguns); nunca tinha tido um governo como este: um governo que não serve para absolutamente nada.
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