Luís Filipe Vieira (LFV) - Eu não quero entrar mais em esquemas nem falar muito...(...)
Valentim Loureiro (VL) - Eu penso que ou o Lucílio... o António Costa, esse Costa não lhe dá... não lhe dá nenhuma garantia ?
LFV - A mim ?! F.., o António Costa? F... Isso é tudo Porto !
VL - Exacto, pronto ! (...) E o Lucílio ?
LPV - Não, não me dá garantia nenhuma o Lucílio !
VL - E o Duarte ?
LPV - Nada, zero ! Ninguém me dá ! ... Ouça lá, eu, neste momento, é tudo para nos roubar ! Ó pá, mas é evidente ! Mas isso é demasiado evidente, carago ! Ó major, eu não quero nem me tenho chateado com isto, porque eu estou a fazer isto por outro lado.(...)
VL - Talvez o Lucílio, pá !
LPV - Não, não quero Lucílio nenhum ! (...)
VL - E o Proença ?
LPV - O Proença também não quero ! Ouça, é tudo para nos f... !
VL - E o João Ferreira ?
LPV - O João... Pode vir o João. Agora o que eu queria... (...) Disseram que era o Paulo Paraty o árbitro... O Paulo Paraty ! Agora, dizem-me a mim, que não tenho preferência de ninguém (...) à última hora, vêm-me dizer que já não pode ser o Paulo Paraty, por causa do Belenenses.
Pinto de Sousa (PS) - A única coisa que eu tinha dito ao João Rodrigues (advogado do Benfica) é o seguinte... É pá, há quinze [dias] ou três semanas, ele perguntou-me: "Quem é que você está a pensar para a Taça ?"... Eu disse: "Estou a pensar no Paraty"...
VL - Bem, o gajo está f... (...) O Paraty então não consegues, não é ?
PS - O Paraty não pode ser. (...) Até para os árbitros restantes, diziam assim: "É pá, que diabo, este gajo tem tantos internacionais e não tem mais nenhum livre, pá ?!" .(...)
VL - Eu nem dá para falar muito ao telefone, que ele começa para lá a desancar. (...) Mas qual é o gajo que o Porto não quer?! O Porto quere-os todos, pá! Qualquer um lhe serve !
PS - É... Por acaso é verdade...
VL - O Porto quer lá saber disso !
PS - Se é o Lucílio... Se fosse o Lucílio, era o Lucílio, se fosse o António Costa, era o António Costa...
VL - Ao Porto qualquer um serve!
(Jornal Público)
13h42”Apito Dourado”: Luís Filipe Vieira sente-se um “alvo a abater” O presidente do Benfica disse hoje que a conversa telefónica com Valentim Loureiro, presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional (LPFP), cuja escuta é hoje transcrita pelo diário “Público”, é "um acto de alguém que só quer a verdade". Afirmando que nos últimos dias tem recebido "ameaças" e se sente "um alvo a abater", Luís Filipe Vieira sublinhou não ter sido ele a ligar a Valentim Loureiro, e acrescentou que não pediu a nomeação de um árbitro em particular para o jogo das meias-finais da Taça de Portugal de 2003/04, com o Belenenses. "Ele é que me foi falando árbitro a árbitro", recordou o presidente do clube da Luz a propósito do telefonema escutado pela Polícia Judiciária, frisando: "Não fui eu que liguei ao senhor major, foi alguém que ligou para mim". Segundo o presidente "encarnado", o Benfica "foi muito prejudicado nessa época" e a manchete do “Público” - "Luís Filipe Vieira apanhado nas escutas a escolher árbitro" - "não se coaduna nada com a notícia". "O que há nessa escuta é o estado de espírito de um homem que pugna pela transparência e pelo rigor. É um acto de alguém que só quer a verdade e não pede benefício para nada. O Benfica não pediu nenhum favor a ninguém", referiou. Luís Filipe Vieira disse ainda que aquilo que se ouve na gravação o diria em qualquer lado, ao Procurador Geral da República e ao Prersidente da República. O presidente do Benfica sublinhou ser este um dias “mais felizes” da sua vida, pois está provado que o caso “Apito Dourado” não morreu, “não está esquecido”.
Luís Filipe Vieira reagiu esta sexta-feira à notícia do jornal Público que revelava uma conversa telefónica entre Luís Filipe Vieira e Valentim Loureiro sobre o árbitro que iria apitar o encontro entre Benfica e Belenenses da meia-final da Taça de Portugal de 2003/04. O presidente do Benfica confirma a conversa e diz que se limitou a «transmitir o descontentamento à volta de uma época em que o Benfica foi prejudicado». Diz-se também alvo de perseguição.
Numa declaração sem lugar a perguntas, Vieira historia a conversa. «O que há nessa escuta revela o estado de espírito de um homem que pugna pela transparência e rigor. Não fui eu que telefonei para o sr. Major. Nesta época o Benfica foi largamente prejudicado, o que eu fiz foi transmitir todo o descontentamento à volta de uma época desportiva no Benfica. Ele ia falando árbitro a árbitro e eu dizia o que achava. Não disse ou porque possa dar fruta, ou oferecer determinados favores. Fui muito claro e não tenho receio algum. Se fui escutado estou à disposição», afirma Vieira, dizendo que aquele foi um «acto de alguém que só quer a verdade, não pede benefício para nada».
«O que está aqui não foi para favorecer o Benfica», insiste Vieira, lembrando que «um dos árbitros visados (Lucílio Baptista) até foi o árbitro da final». O dirigente revela ainda que este tipo de conversas são prática comum no futebol português: «É comum, nomeadamente em jogos da Taça, aconselharem de comum acordo quem vai apitar esse jogo. Não perguntem se é correcto, mas é isso que está. Talvez sirva de exemplo a partir de agora para mudar.»
Vieira salientou ainda o facto de a notícia surgir na «véspera de um jogo importante, que curiosamente tem o mesmo arbitro». E justifica porque disse que sim na citada escuta ao árbitro João Ferreira. «O Pedro Henriques e o João Ferreira são homens militares, sei o que é um militar e sei o que são para eles os valores de ética e verdade. É verdade que quando se falou no João Ferreira eu disse sim senhor, dá-nos garantias. O Benfica não pediu nenhum árbitro a ninguém.»
«Não houve intenção de lesar quem quer que seja ou qualquer instituição», garante Vieira: «Foi revolta que sinto e o que disse ao major digo ao Primeiro Ministro ou ao Procurador Geral da República. Não queremos ser prejudicados como fomos ao longo de muitas épocas. Não queremos ser beneficiados, mas não queremos ser prejudicados.»
«Começa a ser um romance para mim agora, mas quero dizer que principalmente para mim é um dia bastante feliz da minha vida», começou por dizer o dirigente, na reacção à notícia divulgada hoje. «São notícias curiosas. Quero dizer perante o país todo que não sou arguido de nada, nunca fui testemunha de ninguém nem nunca fui ouvido sobre o Apito Dourado. Nunca foram a minha casa, nunca fui detido, quando sou detido é pelo trânsito, como cidadão encontro-me perfeitamente à vontade.»
«Tenho sido vítima de alguma perseguição, mas quero dizer a todos que não me vou calar nem tenho medo», afirmou Vieira, que disse ainda, mostrando um papel e sem explicar as circunstâncias: «A escuta ou que aparece no jornal, que o título não se coaduna nada com a noticia que bem no jornal, eu já o tinha recebido há 15 dias para estar calado.»
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