Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

A etiologia do cancro


As descobertas na área da medicina têm sido verdadeiramente impressionantes. No entanto, as expectativas ao redor de certas doenças, caso do cancro, não tiveram o mesmo sucesso relativamente a outras. Apesar de conquistas notáveis na área da oncologia estamos longe de atingir o patamar atingido em muitas outras situações.
Ultimamente foi noticiado que “em muito pouco tempo” a “solução” do “cancro” será alcançada. Deus queira! Embora tenha algumas dúvidas.
A etiologia do cancro é complexa e multifactorial. Os denominados factores de risco podem explicar muito, mas há outro tanto que não se consegue explicar.
Dentro deste grupo, o cancro da mama constitui um dos principais, atingindo muitas mulheres. Muitas são as causas apontadas: factores genéticos, idade, álcool, tipo de alimentação, poluição, disruptores endócrinos, não ter filhos ou tê-los tardiamente, não amamentar e tratamentos hormonais, entre outros.
Para reduzir a incidência é preciso conhecer todos estes aspectos. Para reduzir a mortalidade é preciso diagnosticar o mais rapidamente possível e efectuar a terapêutica mais adequada.
Os tratamentos hormonais estão sob suspeita desde há muitos anos. Agora, provou-se que é uma realidade a associação entre este tipo de tratamento e uma maior incidência do cancro. Tal facto leva-nos a meditar sobre as consequências e vantagens de certas terapêuticas. Mesmo que os riscos sejam pequenos, atendendo ao elevado número de mulheres “medicadas”, o número final atinge expressão particularmente grave. O estudo recentemente publicado veio confirmar a associação. Sendo assim, terá de haver muitos cuidados com as novas terapêuticas, não obstante toda a investigação subjacente à sua introdução.
Nos últimos anos observou-se, nos E.U.A., uma redução da incidência e da mortalidade por cancro da mama e, também, da terapêutica hormonal, factos muito positivos e animadores.
Sabemos a facilidade com que se criam mitos ao redor de certas doenças. E o cancro da mama também não foge à regra. Em 1995 foi publicado o livro “Dressed to Kill”. De acordo com os autores, o uso regular do soutien constituiria um risco acrescido. E chegaram a propor o seguinte mecanismo: “a drenagem linfática ficaria comprometida pela compressão, fazendo com que as toxinas ficassem retidas no tecido mamário”. É óbvio que esta justificação não foi aceite pela comunidade científica. De qualquer modo, esta “explicação” urbana traduz uma certa frustação (ou quem sabe se não mesmo intenção) face ao não adequado conhecimento das causas da doença, permitindo que as pessoas não pensem muito sobre contraceptivos ou terapêuticas hormonais de substituição, mas mais em pesticidas, desodorizantes e soutiens...
É lamentável a propagação de uma apresentação em PowerPoint, utilizando figuras de belas mulheres “denunciando” o uso do soutien como factor de risco de cancro da mama, fazendo esquecer outras, essas sim, verdadeiras e preocupantes.

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