Eis uma demonstração de Terror no Curdistão,
em vingança religiosa, que mete um pouco de tudo,
mas sobretudo é uma demonstração de absurda desumanidade.
Como é possível que isto aconteça no Iraque,
ou noutro pais qualquer do mundo.
Como se pode matar à pedrada uma rapariga de 17 anos,
só porque gosta de um rapaz de outra religião?
Esta monstruosidade não pode ficar calada.
Não se pode dormir o sono dos justos se nada se fizer.
O Público deu a conhecer.
Aqui fica o texto com a devina vénia:
Adolescente de uma minoria religiosa mantinha relação com jovem muçulmano; multidão assistiu e gravou o crime em que participaram familiares da rapariga
Uma jovem curda, Du'a Khalil Aswad, de 17 anos, foi apedrejada até à morte por querer casar-se com um homem de religião diferente. Ela pertencia a um grupo religioso curdo chamado "Yesidi". Ele era "Sunita". Foi condenada à morte pelos homens da própria família e líderes religiosos curdos por ofensa à honra. Uma noite, não voltou para casa, "desonrando-se" a si própria e à família. Acabou por se refugiar numa casa de um líder tribal curdo. Reuniu-se uma multidão à volta da casa enquanto dez homens entraram na mesma e arrastaram a jovem para a rua. . Durante meia hora foi apedrejada até morrer. O ediondo crime deu-se a 7 Abril, nos arredores de Mossul, no Norte do Iraque. Aconteceu à mais de um mês mas só agora foi conhecida pelo vídeo. O caso, contudo, só teve eco na comunidade internacional depois de vídeos do espancamento e apedrejamento, filmados com telemóveis, terem sido colocados na Internet.
Os seis pequenos vídeos, de baixa qualidade e muito violentos, foram postos on-line, no início deste mês, no conhecido YouTube. Acabaram por ser retirados pelos administradores do site, mas estão já disponíveis noutros locais.
As imagens mostram uma rapariga deitada no chão, semidespida e rodeada por uma multidão de várias dezenas de homens. A jovem é pontapeada e várias pedras e um bloco de cimento são-lhe atirados à cabeça. Muitos homens estão a fotografar e a filmar com telemóveis.
Um dos vídeos mostra mesmo dois polícias (perto da zona das agressões e aparentemente indiferentes aos acontecimentos), que parecem ser chamados a intervir. A imprensa local indica que o episódio durou meia hora. Mais tarde, o Exército iraquiano acabou por tomar conta do local.
Dua Khalil Aswad pertencia à religião Yezidi, que é uma mistura de Islão, judaísmo e cristianismo, bem como algumas crenças gnósticas e do zoroastrismo. Falam curdo e não são mais que 600 mil pessoas, concentradas a norte e oriente da cidade de Mosul, no Iraque, e muitas vezes a comunidade teve de enfrentar perseguições por motivos religiosos - chamam-lhes "adoradores do Diabo".
Mas Dua Khalil Aswad mantinha um relacionamento e pretendia casar-se com um sunita muçulmano. A família da jovem opôs-se ao casamento e esta fugiu de casa. Esteve escondida durante quatro meses em casa de um líder religioso muçulmano.
Alguns relatos apontam que Aswad já se teria convertido ao Islão. A conversão foi negada pelas autoridades do Curdistão, que explicaram que o apedrejamento se tratou de vingar o que foi considerado pela família como uma desonra.
Os familiares da jovem tinham-na recentemente persuadido a regressar a casa, convencendo-a de que teria sido perdoada. Entre os responsáveis pelo apedrejamento - uma multidão com cerca de 2000 pessoas - estavam, pelo menos, os irmãos e dois tios da vítima. Muitas das pessoas que assistiam tinham telemóvel, e há múltiplos vídeos do acontecimento.
O Governo regional do Curdistão emitiu a 1 de Maio, poucos dias após uma manifestação de mulheres curdas na cidade de Erbil, um comunicado em que condena o assassinato de Dua Khalil Aswad. O comunicado sublinha que a lei iraquiana pune os chamados "crimes de honra" e que vários homens estão a aguardar julgamento por casos semelhantes. Pede ainda que o sistema judicial iraquiano puna os responsáveis pelo assassinato.
As autoridades dizem que foram presas duas pessoas por causa do apedrejamento, mas que outras quatro fugiram. A divulgação dos vídeos na Internet suscitou também reacções por parte da imprensa internacional e de vários grupos de defesa dos direitos humanos, incluindo a Amnistia Internacional.
A directora da secção portuguesa da Amnistia Internacional, Cláudia Pedra, observa que este tipo de violência é muito comum na região, mas muitos casos não chegam a ser conhecidos, porque são normalmente levados a cabo pelas famílias, "de forma encapotada". Mas este é o primeiro caso de que Cláudia Pedra tem conhecimento a ser filmado e depois colocado na Internet.
Os videos foram retitrados do You Tube, mas existem 6 videos aqui:
É PRECISO VER.
Aqui veja reacções internacionais:
assine uma petição contra a barbárie:
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