Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

Estudo constata que maioria dos comentadores de TV são de Lisboa

Há uma “esmagadora percentagem de convidados com origem geográfica na capital do país”, diz Felisbela Lopes, investigadora dos media, no livro “A TV dos Jornalistas”, publicado este mês. O estudo diz ainda que que a RTP N, actual RTP Informação, é a mais equilibrada na origem dos comentadores.

O estudo, que nesta parte intitula-se “Quando as elites da capital dominam o que se diz sobre o país e o mundo”, numa co-autoria entre a investigadora e Luís Miguel Loureiro, mostra uma distribuição geográfica muito desigual. Entre Setembro de 2010 e Julho de 2011, após analisar 1 673 programas e identificar 2 158 convidados, ficou claro que Lisboa domina: 76,5% dos comentadores são da capital. No lado oposto está o Algarve, que apenas teve cinco comentadores.

A mais equilibrada, a RTP N, tem uma explicação óbvia para o facto: é exibida a partir dos estúdios do Monte da Virgem, em Gaia. O que lhe permite ter 31,6% dos comentadores com origem nortenha. Mas, analisando a RTP1, o equilíbrio também é relevante, com 21% dos comentadores a chegar do Norte. Na SIC são 9% e na TVI é que não há dúvidas pois todos os seus comentadores são oriundos de Lisboa. Já o mesmo não se pode dizer da SIC Notícias, que tem apenas 7% dos convidados a comentar assuntos da actualidade com origem no Norte. E o resultado piora no caso da TVI 24.

O estudo analisa também a distribuição dos comentadores por categoria profissional. E constatou-se que 35% dos comentadores são jornalistas, seguidos dos políticos, que representam 22,6% das pessoas que fizeram comentário no período estudado. Do sector da academia e da investigação chegam boas notícias já que 11,2% dos comentadores são ou professores ou investigadores. Em quarto lugar vem o sector da economia e do sector empresarial, que representa 7,1% dos comentadores na televisão portuguesa. Juristas e magistrados superam por pouco, em termos de espaço de comentário, os agentes ligados ao futebol: 4,6% e 4%.

O fim da tabela é representado pelos comentadores ligados à cultura e também à saúde. Comentadores vindos das indústrias culturais equivalem apenas a 2,8% dos comentadores, ao passo que do sector clínico chegam ao ecrã nacional 1,9% do total dos comentadores.

Sobre o predomínio de jornalistas e políticos no comentário, os autores apelidam-nos de “engenheiros do social”, citando o investigador Sébastien Rouquette: “A força dos engenheiros do social é de existir fora dos seus problemas profissionais próprios, fora dos escândalos que envolvem a sua corporação, das reformas jurídicas dolorosas ou das greves duras”.

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