Está assim, a Boavista, uma filha triste. Nasceu da junção dos seus pais, o mar da Foz e o Rio da Baixa. Ficou filha do Centro, e assim cresceu, feliz e determinada a afirmar-se no esplendor da sua força.
E de súbito, definhou. O Brasília deixou de ser ex libris, a Júlio Dinis perdeu a sua força, a Petúlia foi perdendo a sua influência e o Orfeu transformou-se num café normal. O clube de futebol da maior avenida portuguesa quase desapareceu. A Feira do Livro foi-se embora. Tudo por causa dos seus pais, por causa de uma Baixa que já antes definhara e que precisava de toda a atenção deste mundo.
A Boavista de hoje precisa do nosso carinho, da nossa atenção. Vale-lhe a Casa da Música, para continuar a respirar interesse. Mas não chega. Precisa de mais.
Não nos esqueçamos que tem aquilo que muitos ambicionavam ter: pessoas. Gente. Portuenses que lá vivem e que lá estão. E são esses, com todos nós, que vão fazer a filha crescer.
Sem prejudicar os pais, que também amamos. (Pedro Miguel Barbosa)
0 comentários:
Enviar um comentário