Outrora, nos países da Cortina de Ferro, era comum que os adversários políticos ou simples livres pensadores tivessem "estranhos" e fatais desastres de automóvel. Era a forma mais regular de assassínio político. Era uma limpeza muito apreciada pela KGB e pelas polícias políticas de leste.
Pois bem, os métodos estalinistas parecem perdurar no tempo: Cuba, um dos países para quem a figura de opositor é uma figura que apenas poderá ter dois fins (a prisão ou a "exportação") está a adoptar essa velha medida. Oswaldo Payá, conhecido e forte contestatário do governo de Havana foi "apagado" pela via do acidente rodoviário.
A sua viúva está a questionar a versão oficial sobre acidente que vitimou o marido e exige do governo esclarecimentos sobre o ocorrido. «Não posso aceitar uma versão tão simplista», disse a viúva, citada pelo elpais.es.
Ofélia Acevedo disse ainda que não recebeu qualquer tipo de informação sobre as investigações ao acidente. «Creio que tenho direito às informações que venham a ser dadas pelos peritos, de saber o que disseram as testemunhas e até como decorre a investigação. Não tenho nada. Nem fotografias do carro», lamentou-se a viúva.
O acidente ocorreu, no passado domingo, na cidade Bayama, a cerca de 800 quilómetros de Havana. Segundo a mesma fonte, com o antigo dissidente, de 60 anos, viajavam um espanhol, Ángel Carromero, militante das Novas Gerações do Partido Popular, de Madrid, e o sueco, JensAron Modig, ambos de 27 anos.
O elpais.es diz que, apesar dos pedidos feitos pelo governo de Madrid para que o cidadão espanhol regresse a casa o «mais rapidamente possível», Ángel Carromero, que era quem conduzia a viatura sinistrada, continua retidos em Cuba com assistência consular. Havana diz que ele continua a ter de prestar declarações como testemunha.
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