Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

Irão: a nova ameaça à ordem e paz mundial

Alguns anónimos vociferam neste blogue contra o facto de eu criticar o Irão. Não me interessa a geografia, não me interessa a origem, nem tão pouco a cor da pele. O Irão é um país potencialmente perigoso para o Mundo. É um país dominado por fanáticos religiosos, um país que não respeita os direitos humanos, um país do verdadeiro eixo-do-mal.  Assim que puderem, atacarão quem eles mais odeiam: Israel primeiro, para ganhar o apoio dos outros países árabes, os USA depois e a Europa a seguir. Aliás, a Europa, tão mal governada, por políticos incompetentes e facilitistas, tem deixado as suas fronteiras vulneráveis à invasão muçulmana. As nossas cidades estão pejadas de muçulmanos. Na sua maioria até podem ser pessoas sensatas, mas no âmago, sempre têm o fundamentalismo religioso nas suas mentes. Todos nós já vimos e sabemos o que o fanatismo islâmico representa: ódio, morte e destruição de todos aqueles que não olham para o Corão "deles" (o Corão genuíno será um livro de paz). Face a uma situação eminentemente de ruptura ou de ataque ao chamado Ocidente, unir-se-ão entre si contra quem lhes abriu as portas e lhes permitiu qualidade de vida. Já vimos que o fizeram no 11Setembro. São na sua essência inimigos da nossa maneira e estar e de ser. Perigosos, portanto. Devemos estar atentos.
Voltando ao tema Irão, ao longo de vários anos aquele país fundamentalista islâmico tem promovido tanto um programa nuclear, como também o desenvolvimento de mísseis de longo alcance, o que aponta somente para uma conclusão: os líderes do país estão empenhados em fabricar armas nucleares, ou pelo menos em alcançar a tecnologia até ao limiar, onde somente uma única decisão política é necessária para atingir esse fim.

A última linha de acção iria, sem dúvida, manter o Irão no âmbito do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), de que é signatário. Mas não pode existir nenhuma dúvida razoável sobre as intenções das autoridades iranianas. De outra forma, os programas nucleares e mísseis seriam um desperdício de dinheiro. Afinal de contas, o Irão não precisa de tecnologia de enriquecimento de urânio. O país só tem um reactor nuclear civil, com barras de combustível fornecidas pela Rússia, e a tecnologia iraniana que está actualmente a ser desenvolvida não pode ser utilizada nisso.

Mas o enriquecimento de urânio faz muito sentido para quem quer uma arma nuclear; na verdade, para esse propósito, o enriquecimento é indispensável. Além do mais, o Irão está a construir um reactor a água pesada, supostamente para fins de investigação, mas cuja existência também é necessária para fabricar uma bomba de plutónio.

O Irão, em violação do TNP, escondeu partes substanciais deste programa. O país também gastou milhões de dólares em compras ilegais, de tecnologias de enriquecimento e programas de armas nucleares, aos cientistas nucleares paquistaneses e ao negociante do mercado negro A.Q. Khan, o “pai da bomba paquistanesa”. O Irão tentou ocultar estas transacções durante anos, até que a sua máscara foi descoberta quando a Líbia começou a cooperar com o Ocidente e expôs a rede de Khan.

Um Irão munido com armas nucleares (ou uma decisão política para as possuir) alteraria, drasticamente, o equilíbrio estratégico do Médio Oriente. Na melhor das hipóteses, uma corrida ao armamento nuclear ameaçaria consumir esta região, já instável, o que colocaria em risco o TNP, com extensas consequências globais.

Na pior das hipóteses, as armas nucleares serviriam a política externa “revolucionária” do Irão na região, que tem sido aplicada pelos líderes do país desde o nascimento da República Islâmica em 1979. A combinação de uma política externa anti-status quo com armas nucleares e mísseis é um pesadelo não só para Israel, que pelo menos tem capacidade de segunda ofensiva, mas também para os vizinhos árabes não-nucleares do Irão e para a Turquia.

De facto, os países do Golfo, incluindo a Arábia Saudita, sentem-se existencialmente mais ameaçados pelo Irão do que Israel. O perfil de segurança da Europa mudaria, também drasticamente, caso o Irão possuísse ogivas nucleares e mísseis de longo alcance.

Todas as tentativas de negociação não levaram a lugar nenhum, com o Irão a continuar a enriquecer urânio e a melhorar a sua tecnologia nuclear. As sanções, apesar de úteis, só funcionam a muito longo prazo e uma mudança no equilíbrio de poderes dentro do país não se prevê a curto prazo. Sendo assim, trata-se só de uma questão de tempo – e não muito tempo – até que as nações vizinhas do Irão, e a comunidade internacional, se confrontarão com uma fatídica escolha: ou aceitam o Irão como uma potência nuclear, ou decidem que a mera perspectiva, à medida que se torna mais realista, está a conduzir à guerra.

O presidente Barack Obama já deixou claro que os Estados Unidos não aceitarão o Irão como uma potência nuclear, em nenhuma circunstância. O mesmo também se aplica para Israel e para os vizinhos árabes do Irão no Golfo.

O próximo ano promete ser crítico. O governo israelita sugeriu, recentemente, que o Irão atingiria o limiar nuclear num prazo de nove meses e que poderia tornar-se numa grande questão, na longa corrida eleitoral à presidência norte-americana, em Novembro de 2012. E é difícil de imaginar que o actual governo de Israel ficará impassível enquanto o Irão se torna numa potência nuclear (ou numa quase-potência nuclear).Por outro lado, falar de intervenção militar – a qual, dadas as circunstâncias, resumir-se-á largamente aos ataques aéreos – é barato. Há sérias dúvidas sobre a possibilidade do programa nuclear iraniano ser eliminado por meio aéreo. Na verdade, com a probabilidade de grande parte do mundo condenar qualquer ataque, a intervenção militar poderia esclarecer o caminho diplomático para uma bomba iraniana.

É melhor não pensar no que o Médio Oriente poderia parecer, após este tipo de confronto. As forças da oposição iranianas seriam, provavelmente, as primeiras vítimas da acção militar ocidental e, noutros locais da região, a Primavera Árabe submergiria, provavelmente, sob uma massiva onda de solidariedade anti-Ocidente com o Irão. A região seria novamente empurrada para a violência e para o terror, ao invés de continuar a sua transformação de baixo para cima. Os efeitos na economia mundial não serão menos significativos, sem falar das consequências humanitárias.

Uma última tentativa numa solução diplomática afigura-se improvável, dado que a questão nuclear desempenha um papel decisivo na luta de facções do regime iraniano, no qual aquele que se compromete a favorecer pode ser considerado o perdedor. Além do mais, os líderes iranianos parecem assumir que o país é grande demais e poderoso demais para ser controlado por sanções ou ataques aéreos.

Historicamente, a estrada para o desastre tem sido geralmente feita de boas intenções e de erros graves de julgamento. Isso poderia acontecer novamente em 2012, quando os erros de cálculo em todas as partes poderiam limpar o caminho para a guerra ou para um Irão como potência nuclear – ou, em termos bastantes realistas, para ambas. Uma nova escalada no Médio Oriente culminará nestas deploráveis alternativas, mais cedo do que o previsto, a menos que seja encontrada uma solução diplomática (ou a menos que a diplomacia possa pelo menos ganhar tempo).

Infelizmente, esse cenário é pouco provável no próximo ano. Na ausência de qualquer caminho viável para um compromisso diplomático norte-americano, com o Irão, o fardo de organizar, convocar e conduzir tais negociações altamente sensíveis, cairá sobre a Europa. E os líderes europeus, como o Irão sabe muito bem, têm outras coisas nas suas mentes.

Joschka Fischer, ministro dos negócios estrangeiros da Alemanha e vice-chanceler entre 1998 a 2005, foi líder do Partido Verde alemão durante quase 20 anos.

Tradução de Deolinda Esteves/Project Syndicate, in Público


Um pouco de história recente:

"Regresso ao Fundamentalismo Islâmico"
"A noite de 31 de Janeiro, nos arredores de Paris, Hadi Gaffari fazia parte de um grupo que se preparava para uma muito esperada viagem de regresso a casa. "A meia-noite aqueles que iam regressar a Teerão com o imã começaram a reunir-se no pátio", diz ele. Na manhã seguinte embarcaram num jacto 747 da Air France. "Estávamos muito felizes por regressarmos ao Irão. Unia-nos a todos um sentimento comum (...) Reparei que o imã tinha a cabeça encostada à janela e estava envolvido na capa preta", recorda Hadi Gaiari. "Quando o piloto anunciou que tínhamos passado as montanhas de Elburz, toda a gente explodiu em lágrimas (...) toda a gente começou a entoar Allah ho akha! (Deus é grande!)".
A figura de preto que estava no centro de toda aquela actividade era o ayatollah Ruhollah Khomcini, venerado ancião líder da fé muçulmana xiita, que há muitos anos se encontrava exilado. Regressava agora. Três milhões de pessoas invadiram as ruas de Teerão para lhe darem as boas-vindas de regresso a casa. Shakoor Lotvi era uma dessas pessoas. "A multidão era tão grande que não havia espaço para toda a gente. As pessoas subiam às árvores, a qualquer ponto donde pudessem ver o imã."
Moshen Raíìgdoost conduziu o imã desde o aeroporto. Estava tão emocionado que as mãos lhe tremiam agarradas ao volante. "As pessoas sentavam-se em cima do carro, o carro andava e arrastava as pessoas (...) Aquelas horas são a melhor recordação da minha vida."
Khomeini e os seus seguidores tinham o propósito de levarem a cabo uma revolução islâmica que iria transformar radicalmente a vida das pessoas. Mas a verdade é que estava em causa muito mais do que o destino do Irão. Em grande parte do mundo a religião estava em ascensão, fruto do crescente número de pessoas que começavam a pôr em causa as ideias e valores do Ocidente, rejeitando a modernidade e voltando-se, em sua substituição, para as alternativas que a fé lhes oferecia. Com o apoio popular das massas, movimentos religiosos cada vez mais politizados iam desafiar os poderes estabelecidos. Depois de um século em que o progresso e a modernização tinham sido identificados com a ciência e com a rejeição da religião, Deus, como se dizia, contra-atacava."
HODGSON, Godfrey - O Século do Povo, vol. 2, Gradiva.

2 comentários:

Quem tem ameaçado no Mundo desde as décadas de 40 por aí a fora em muitos países, "arranjando" guerras por motivos estratégicos e ideológicos, em que morreram milhões de pessoas e nada lhe tem acontecido,é mais perigoso o país que tem tudo o que pernicioso em armas e cada vez mais procura inventar tudo que sirva para matar, ter uma Constituição e depois o seu Sistema do mais tenebroso para matar e ferir, como se as pessoas dos países invadidos por mentiras, não fossem humanos, não tenha família, pense um pouco e se reveja na História, antes de só lançar as atoardas, parecendo a CIA, pense bem...

 

Anónimo: mas o que eu escrevi é mentira? Não está o Irão a tornar-se uma ameaça para o mundo? Claro que você não pode refutar todas as verdades que escrevi. Aliás, deixe que lhe diga, são pessoas como você que permitem que a escória da sociedade permita que a humanidade esteja como está...