Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

A pátria é uma gaja insaciável. Alimenta-se de mitos.

Os optimistas



O mito mais em voga diz respeito à necessidade de combater o pessimismo da nação e, em seu lugar, instalar nos peitos valentes e imortais da pátria o optimismo que nos há-de lançar num novo ciclo económico, na prosperidade, na vanguarda da Europa & etc.

Portugal, porém, dá-se mal com o optimismo. Faz loucuras. Endivida-se. Há uma semana atrás, por exemplo, a selecção de sub-21 ia ganhar este mundo e o outro. Agostinho Oliveira, o seleccionador, estava disposto a "apostar forte" nos seus valentes rapazes. Ontem, já depois do desaire com a França, os comentadores ainda garantiam que bastava agora ganhar à Sérvia e à Alemanha. Era limpinho. À porta do estádio, os adeptos garantiam que íamos "comê-los". "A todos". E deu no que deu.

Não. Portugal não precisa de optimismo. Nenhum país precisa de optimismo. Não consta que os finlandeses, os noruegueses, os irlandeses e os ingleses, vivendo em países neblinados, quase sem sol, tenham grandes motivos para serem optimistas. As estatísticas colocam-nos mesmo entre os mais pessimistas do mundo. E, todavia, os seus países avançam, produzem, desenvolvem-se. Se o optimismo servisse para alguma coisa, o Brasil era o país mais desenvolvido do mundo. E África seria o farol da humanidade.

Não, a pátria não precisa de optimismo. A pátria precisa é de gente séria e competente, coisa que deveras escasseia. E, já agora, de um velho do Restelo em cada esquina – para recordar aos optimistas que entre a quimera e a realidade vai uma grande distância. E muito trabalho.

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