Até os comemos carago!!!
Jurema
Anderson é por estes dias o jogador perfeito aos olhos de um mau defesa. Se para além de mau, o defesa for igualmente pouco dado a memórias, então Anderson é o sonho de um trauliteiro lento tornado realidade. Por enquanto. O brasileiro voltou a jogar à bola, mas ainda não oferece aquela sensação da velocidade que dava em todos os jogos, ao ponto de pensarmos que alguém tinha carregado na tecla do "foward" do leitor de DVD. Mas não falta muito tempo para que volte a tirar o sono aos adversários. Sem nunca ter deixado de sorrir, Jurema já voltou a sorrir de forma diferente porque voltou a jogar à bola. Se a qualidade que possui não fosse inata, 150 dias sem jogar era tempo suficiente para se esquecer de como se faz. Apesar da boa notícia, a notícia tem parágrafos de alegria mais contida. É verdade que corre, que salta, é até verdade que finta e remata, mas não é ainda o Anderson que Katsouranis encontrou, a 28 de Outubro de 2006, no final de um corte de carrinho. Uma entrada dura, provavelmente com intenção de fracturar o perónio e lesionar alguns ligamentos, certamente merecedora de algo mais do que Lucílio Baptista julgou ver: lançamento de linha lateral. Mas isso faz parte da história, designadamente da que escreveu sem o prestígio em campo. É certo que, por enquanto, ainda não será o Anderson que obrigou Katsouranis a um corte em desespero, mas vai sendo um craque a fazer o caminho de regresso à fama. Sempre em progresso. Aliás, o seu estilo de jogo é uma forma prática de definir progresso tal como está no dicionário: "movimento para a frente". Faz falta ao FC Porto.
Há 7 anos, num jogo com as papoilas saltitantes, um canto directo de Clayton, da direita do ataque portista, entrou na baliza de Bossio. Claramente!!! Viu-se na TV, em directo na SIC, mas a RTP mostrou no dia seguinte (o jogo foi a um sábado) as Imagens Virtuais no Domingo Desportivo com a bola bem dentro da baliza encarnada.
O fiscal-de-linha desse lance foi Paulo Januário. Alegadamente, outro portista (pois claro). A triste figura estava na sua posição, no enfiamento da linha de fundo, sem oposição que impedisse de ver o lance, ninguém ao primeiro poste para onde Clayton mandou a bola e Bossio a socá-la bem dentro da baliza.
O FC Porto perdeu por 1-0 (Sabry). Pouco antes, o Porto havia sido derrotado em Alvalade por 2-0 teve um golo anulado a Jardel por um fiscal-de-linha considerar um cruzamento da esquerda feito de fora do campo. O fiscal-de-linha era… Paulo Januário.
Já não basta "levarmos" com Pedro Proença, lisboeta e benfiquista assumido e, dizem, sócio de camarote na Luz, lá vamos levar também com um Januário, do Porto...
A equipa que coordena a investigação do "Apito Dourado", liderada por Maria José Morgado, decidiu arquivar o processo contra Pinto da Costa relativo à final da Taça de Portugal de 2003, na qual o FC Porto venceu o Leiria (1-0). O procurador Ricardo Matos concluiu não existirem indícios de contrapartidas oferecidas por Pinto da Costa (suspeito de corrupção activa desportiva e falsificação de documentos em co-autoria) a Pinto de Sousa, presidente do Conselho de Arbitragem da FPF (indiciado por corrupção passiva), nem ao árbitro escolhido para esse jogo, Pedro Henriques (suspeito de corrupção passiva). Mas Pinto de Sousa, além de ilibado no caso da final da Taça, também o foi nos crimes de abuso de poder e falsificação de documentos, por não se terem encontrado provas de viciação das classificações dos árbitros, que o procurador até anotou serem feitas pela Liga de clubes e não pelo Conselho de Arbitragem da FPF. Entre processos arquivados estão, curiosamente, aqueles em que Pedro Proença se constituira como assistente.in O Jogo
Aplicativo para adicionar ao EXCEL que permitirá visualizar fórmulas das células de uma qualquer folha de cálculo. É mesmo muito bom! As expressões surgem como apareceriam num livro de matemática. Permite ainda facilitar a introdução de letras do alfabeto grego.
Download: http://www.excelcalcs.com/content/blogcategory/24/87/
"O Alto-Comissário para a Imigração e Minorias Éticas, Rui Marques, considerou a campanha contra a imigração lançada pelo PNR «profundamente ofensiva e escandalosa», não apenas para os 400 mil imigrantes que diariamente constroem connosco o país, mas também para a memória histórica dos portugueses», porque «ser português não é ser xenófobo» (mais aqui)."Felizmente aparecem sempre alguns “pascácios” que fazem “brilhar” estes “comediantes” do politicamente correcto nas suas (felizmente) raras provas de vida. Essa do “diariamente constroem connosco o país” é de gritos. Acreditem que quase nos dava uma coisa má de tanto rir. O “moço” devia estar-se a referir àquele (entre outros) bairro de imigrantes cujo 90 por cento deles vivem de rendimento mínimo.
Contra a teimosia de Sócrates e as mentiras descaradas de Mário Lino, só há uma esperança - que a Comissão Europeia seja avisada para não ser também enganada, fornecendo verbas para o maior desastre económico de Portugal.
Aliás, dois teimosos e ambos mentirosos! Para Mário Lino, a OTA é uma questão pessoal paga com o dinheiro dos outros. Interesses obscuros e imobiliários na Ota ? Talvez... Mas os verdadeiros interesses não estão na OTA mas sim nos terrenos valiosissimos da Portela.
É preciso fazer chegar a Bruxelas toda a informação encondida ( entre os quais o relatório arrasador da NAER ), e desmascarar as pressões governamentais sobre os autores dos relatórios para que os mesmos sejam alterados de modo a ir de encontro à propaganda do governo.
http://www.alambi.net/ota2006.pps
http://www.alambi.net/aeroporto.html
O semanário SOL das duas últimas semanas, revela dados que ninguém (nem mesmo Mário Lino ), vai conseguir esconder. É criminoso levar esta obra por diante e onerar as gerações futuras com uma canga vergonhosa.
Lisboa NÃO precisa de mais um aeroporto. Façam-se estudos transparentes, com critérios técnicos e não políticos E ALARGUEM A Portela, ou usem melhor o aeroporto internecional de PEDRAS RUBRAS, no Porto. NADA MAIS e custa metade da OTA, sem enumerar as dezenas de argumentos que tornam a OTA um desastre.
Eis o que disse Miguel Sousa Tavares:
..."Não me vou desdizer: um mau jogo não consente desculpas com erros de arbitragem. Mas não resisito a reflectir o que seria ao contrário. No FCPorto-Sporting de sábado há três decisões controversas da arbitragem e as três foram decididas contra o FCPorto.
Primeira: num contra-ataque letal, Quaresma vai ficar isolado a caminho da baliza: pode optar entre ir para o golo directamente ou fazer o 2x1 com Adriano, face a um desamparado Anderson Polga. Partiu três metros atrás do mesmo Polga e o fiscal de linha demorou três segundos a assinalar um fora-de-jogo que, a olho nú, era evidente que não havia. Esses três segundos foram incompreensíveis: o que terá passado pela cabeça do árbitor assistente nesses três decisivos segundos?
Segunda: Postiga entre de ombro com ombro em Polga. No meu ver, completamemte normal, mas admito que outros não pensem assim. A questão, porém, é que não é o nosso critério de avaliação que deve prevalecer, mas sim o muito personalizado critério disciplinar de Pedro Henriques - que é um bom árbitro, mas que, neste capítulo assume uma arbitragem de risco permanente. Ora , deixando ele jogar largo, é legítimo que os jogadores se adaptem ao critério do árbitro: até pode ser que aquilo seja falta, mas, segundo o critério daquele árbitro, e designadamente neste jogo, aquilo nunca seria falta. Pedro Henriques não pode deixar passar dez faltas ou pretensas faltas iguais ou piores e marcar aquela, naquela posição. Porque, ainda por cima, foi o lance que decidiu o jogo.
Terceira: tanto na análise de A BOLA, como na dos especialistas do O JOGO , o Polga (sempre ele...) não cometeu falta para penalty no último lance do desafio. E todos o justificam dizendo que ele simplesmente jogou a bola. Convido-vos, porém, a reverem o lance na televisão, tal como eu já o fiz várias vezes: vê-se o Pepe a armar o remate à baliza e vê-se o Polga a entrar (de pé em riste) ao conjunto Pepe-bola; a seguir, vê-se o Pepe a levantar voo como um pião (e ele não é homem de fitas ou simulações), e vê-se, sobretudo, que a bola não se mexe do mesmo sítio. Como é que o Polga jogou a bola, se ela nem se mexeu?
Mas nestes tempos de intimidação penal que se vivem, é preciso saber também tomar decisões sábias: só um suicida é que se atreveria a assinalar penalty decisivo a favor do FCPorto, no último segundo de jogo."
Sim sim, a minha escolha jamais teria sido diferente.
Eis a versão completa de Em Seis Passos Que Faria Jesus: as 29 páginas que abalaram o mundo, agora em formato PDF, pronto para você visualizar, imprimir ou repassar por e-mail. Incluí, a título de conclusão, Deuses e homens, um texto inédito e que saiu na versão online da Revista Ultimato.
Para baixar/ler o arquivo em formato PDF clique aqui ou aqui ou aqui. Para ler o livro sem deste blog, folheie o arquivo virtualmente numa janela maior.
Pergunta:
Se nós estamos a criar as nossas realidades através dos nossos pensamentos, palavras e acções, o que dizer das vítimas de crimes brutais, bombistas, actos horrendos sem sentido? Aquelas pessoas escolhem morrer daquela maneira?
Resposta:
Amiga, você fez uma pergunta muito justa e penetrante. E ela tem uma abrangência muito maior do que aquela que indicou. Porque não se trata apenas de uma intenção ou uma escolha nossa, mas também de Deus. Isto significa que é vontade de Deus (mesmo que não seja a nossa) que estas coisas horríveis devam acontecer? Filósofos e teólogos têm tentado responder a esta questão desde o início dos tempos.
Primeiramente, compreendia claramente que não há vítimas nem vilões nesta vida. Agora isso torna-se difícil aceitar, porque, a meus olhos, muitas das coisas que fazemos uns aos outros são muito cruéis, muito horríveis, e para mim as pessoas que perpetraram crimes horrendos eram para mim certamente os “vilões” da nossa sociedade. Disse ainda Deus em CwG 2, “eu não vos enviei senão anjos.” E a parábola "A pequena alma e o sol" em CwG, livro 1, explica como isto pode ser verdade.
Em resumo (relendo CwG ou o livro para crianças, "A pequena alma e o Sol) para obter a essência plena disto, a alma humana é um aspecto da divindade, escolhendo livremente experimentar a vida no universo (e, como parte dessa experiência, a vida na terra através dos tempos) como meio de recriar e experimentar-Se como quem é. No reino do relativo (que é o reino no qual nós vivemos fisicamente), você não pode experimentar Aquele Que Você É excepto no espaço dAquele Que Você Não É. Na ausência dAquilo Que Você Não É, aquilo que você é - não é!
Isto é, Alfreda, na ausência do “pequeno,” o conceito do “grande” não pode ser experienciado. Pode-se imaginar, mas não pode ser experimentado. A única maneira de experienciar uma idéia puramente conceptual, por exemplo “grande”, é experimentar uma idéia puramente conceptual tal como “pequena”. Portanto, em termos muito elementares, Alfreda, foi por isso que Deus criou o “demónio.” Para que Deus se pudesse experimentar como todo-consumidor bom, tinha que ser algo chamado como todo-consumidor demónio.
Inicialmente nada havia. Havia somente Deus. Deus é tudo aquilo que foi, tudo o que é, e tudo o que alguma vez haverá. Contudo, Deus desejava conhecer-Se na sua própria experiência. É o mesmo desejo que todos nós temos.
Na verdade, este “nós todos” de que eu falei é Deus ele-próprio. Cada parte da vida é um aspecto da divindade, buscando a expressão e a experiência do divino. Contudo, aquilo que é divino não pode conhecer e experimentar a sua própria divindade excepto na presença daquilo que não é divino. E o problema é que aquilo que não é divino não existe. Assim, desde que nós tenhamos o poder de criar alguma coisa, nós fazemo-lo simplesmente acontecer! Quero dizer, nós imaginamo-lo. Chamamo-lo fortemente.
Porém, este processo inteiro não é exclusivo de qualquer alma individual que empreende conscientemente. Nós ajustamos as nossas agendas, Alfreda, muito antes de nós entrarmos no corpo humano. Nós fazemos mesmo acordos com outros seres divinos para melhor criarmos e experimentarmos o aspecto da divindade que nós escolhemos para esta vida. Assim, não, não se pode razoavelmente dizer que, a um nível consciente, as pessoas escolheram as experiências horríveis a que muitas delas foram sujeitas. Então, o que acrescenta isto à teoria de que nós estamos criando a nossa própria realidade através dos nossos pensamentos, palavras e acções? Isto não muda nada nem um bocado.
Explica apenas o mecanismo pelo qual aquela realidade vem a ser experienciada. Como CWG explicam cuidadosamente, no momento em que pensamos, dizemos ou fazemos uma coisa que inicía o processo de expressarmos Quem Nós Somos Realmente, tudo o que é contrário aparece no espaço. Isto é necessário, a fim de ser criado um contexto dentro do qual a experiência do Eu que nós escolhemos pode ser realizada. É por esta razão que os mestres não julgam, nem condenam nada. Nada nem ninguém. Nem sequer aqueles que os perseguem. Cada religião na terra ensina o perdão como o caminho para a salvação. A maioria deles ensinam-na simplesmente pela razão errada, dizendo que nós devemos perdoar, e deixar o julgamento para Deus. Bem, a verdade é que Deus não julgará, tão pouco. Deus pedir-nos-ia que nós fizessemos algo que Deus não faria? Isso seria pedir que nós fossemos maiores do que Deus! Contudo, a razão por que Deus nunca nos julgará, e pede para não julgarmos, estará claro para nós quando regressarmos ao reino do absoluto. É então que compreenderemos outra vez a promessa de Deus: “Eu não vos enviei senão anjos.”
Recomendo vivamente que obtenha uma cópia de "A pequena alma e o Sol. E leiam-no às suas crianças - ou algumas crianças com quem você vier a ter contacto regular. Porque se as crianças compreenderem este conceito mais cedo, o mundo irá mudar.
Este vídeo foi transmitido pela Al-Aqsa TV, um canal de televisão afecto ao Hamas. Nele vemos uma criança palestiniana a cantar à sua mãe. Trata-se da filha de Reem Riyashi, uma terrorista suicida que matou quatro israelitas após se fazer explodir em 2004 num posto de fronteira entre Israel e a Faixa de Gaza. A mensagem do vídeo não podia ser mais clara: «praticar um atentado terrorista é mais importante do que criar os próprios filhos». Abjecto.
Para isso contribuiu o facto de termos estado quase sempre em contra-ciclo político relativamente ao poder central. Terá sido por fatalismo histórico, ou essa divergência é um resíduo da proverbial irreverência tripeira? Certo é que durante o cavaquismo, em que a cidade foi liderada por Gomes, a hostilidade do governo foi evidente na privatização do BPA e na sobranceria com que foi visto o projecto do Metro. Com Guterres, chegou a haver convergência mas a regionalização armadilhada foi um primeiro prenúncio de que os principais autarcas e líderes socialistas do Norte não iriam ter tréguas. A queda de Guterres coincidiria com a vitória de Rio e com o domínio metropolitano do PSD, mas essa efémera convergência com os governos PSD/CDS foi desperdiçada em querelas intestinas. Desde então, a derrota do PS nas últimas autárquicas acentuou a divergência. Estará o Porto a pagar o preço dessa insubordinação?
Não restam dúvidas que o ímpeto centralista que já imperava em Lisboa se “portofobizou”. A questão do Metro, a privatização da ANA, as opções sobre infra-estruturas, são exemplos dessa política, encoberta por operações mediáticas que sustentam a ideia de que somos o poço dos problemas nacionais. “O vosso aeroporto e a Casa da Música custaram o dobro do orçamentado” dizem-nos, como se fossem casos virgens; “o Metro é caríssimo e mal gerido” argumentam, esquecendo a comparação com o da capital. O caso dos túneis é o mais evidente: no de Ceuta, acusaram-nos de discutirem a sua saída como se isso fosse uma prova de que “aquela gente não se entende”. Em Lisboa, a intervenção cívica para interromper as obras do túnel do Marquês foi de tal maneira louvada que este não está pronto mas o responsável pelo embargo foi elevado a herói e depois a autarca. Se surgem problemas com autarcas do Norte, vende-se a ideia de que são todos caciques e achincalha-se o eleitorado, mas se há uma crise na câmara de Lisboa, passamos a estar todos envolvidos porque o caso é visto como uma questão de âmbito nacional. Tem sido assim o “Apito Dourado”, que assobia para Sul e ataca para Norte apesar dos sintomas de que o aliciamento dos árbitros é uma prática corrente, generalizada e nacional, e que serve para passar a ideia de que os sucessos do FC Porto foram alcançados pela trapaça e de que os nortenhos são batoteiros. Passaria pela cabeça de alguém acusar os lisboetas de pedófilos só porque a Casa Pia e os seus arguidos são oriundos da capital? Mesmo no referendo do aborto, houve quem tivesse o desplante de avaliar a disparidade regional do voto para concluir que as gentes cá de cima são retrógradas e incultas.
Quando a intoxicação já não pode ocultar que o país é governado com dois pesos e duas medidas e que a economia do Norte está em frangalhos, eis que surge na mesa a última cartada: para anestesiar o descontentamento, o PS promete referendar a regionalização. Esta seria bem vinda, e digo seria porque duvido que seja aprovada, mas será por mero acaso que só possa ocorrer em 2011 quando já não restarem fundos de coesão para podermos corrigir a mira?
Sócrates limita-se a continuar uma velha mas inconfessada política. Desde os governos de Cavaco que há um propósito de impedir que o Noroeste Peninsular possa vir a ser uma região num futuro mais ou menos distante. Será pela melhor razão, para preservar as fronteiras do nosso Estado Nação? Ora, quando se assiste à submissão dos nossos governos aos interesses de Espanha, seja na política económica (que sucumbe às ordens das suas grandes empresas e não resiste às perseguições às portuguesas em solo espanhol), seja nas negociações dos dossiers da energia e da água, seja na construção do TGV em que se aceita a lógica radial de Madrid, é lícito perguntar: não haverá um plano furtivo para garantir que Lisboa sobreviverá, mesmo que apenas como capital de uma futura região (decalcada no nosso mapa e da qual o Norte não se possa vir a destacar) de uma federação ibérica orquestrada na Moncloa?
Pode ser uma visão catastrófica, mas numa altura em que faltam temas à oposição de direita, é sintomático que esta esqueça a questão do centralismo e o abandono do Norte, que poderiam ser o seu estandarte. Dos partidos à esquerda do PS, a necessidade de proteger a sua clientela eleitoral que se concentra em grande parte em Lisboa e Vale do Tejo e tem nos funcionários públicos (a quem o centralismo convém) a sua maior expressão, não se pode exigir essa visão.
O resultado desta política furtiva está à vista: temos um Estado exíguo, centralista e, a prazo, inviável. Quando acabarem os fundos de coesão, não se imagina como o país poderá continuar a sustentar os seus vícios e não se antevê que até lá seja possível alterar o paradigma. Depois da batota com o mapa das NUT em que a região de Lisboa e Vale do Tejo mingou para poder desviar para os arrabaldes da capital mais alguns fundos de coesão, vamos assistir a um último esforço por desenvolver uma só região que, no futuro, o país não poderá pagar? É essa a nova ameaça ao Porto e a toda a província, como ainda se vai chamando secretamente ao país que não cabe entre as densas colinas da Olisipo.
Como disse Elisa Ferreira, por muito que Lisboa progrida, a sua dimensão nunca permitirá compensar a decadência do Norte e do Centro. A economia destas regiões, que produz a maior parte dos bens transaccionáveis, não suporta o empolamento dos factores de produção não transaccionáveis e dos serviços do estado que se concentram numa cidade em que o PIB per capita que é o dobro do seu. Por isso, se adiarmos a descentralização até que se extingam os fundos de coesão, o país estará falido, o regime em perigo e a nação em risco de desagregação.»