Passou meio campeonato desde que uma entrada de Katsouranis afastou Anderson dos relvados com uma fractura no perónio. Lucílio Baptista, árbitro do jogo do Dragão, nem sequer marcou falta. Para o juíz da Associação de Setúbal, a entrada de Katsouranis sobre o brasileiro foi perfeitamente legal e o lance terminou com um lançamento da linha lateral. Em primeira instância, o afastamento de Anderson dos relvados prejudicou o FC Porto, que ficou sem aquele que, na altura, prometia dar luta a Quaresma pelo título de melhor jogador do campeonato. Quem pode dizer se o FC Porto não teria garantido o primeiro lugar no Grupo G da Liga dos Campeões se pudesse contar com Anderson, evitando o confronto com o todo-poderoso Chelsea nos oitavos-de-final? Quem pode assegurar que a vantagem do FC Porto ao virar da primeira volta não teria aumentado em vez de diminuir se pudesse contar com o brasileiro? Mas, se Anderson fez falta ao FC Porto, também fez falta ao futebol português. Foram quase seis meses sem um dos jogadores mais inspirados e criativos de um campeonato onde a regra é a trauliteirada e a rasteira. Quase seis meses a menos de um futebolista que faz o preço dos bilhetes parecer um bocadinho menos obsceno. Um destes dias, Anderson, como outros antes de si, vai crescer até não caber nas estreitas fronteiras do futebol português. Nessa altura, estes seis meses serão definitivamente irrecuperáveis.
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