«É isto o 25 de Abril?
Não foi propriamente em Coimbra, mas podemos falar em Portugal dos Pequeninos ou, numa dedução óbvia que nos é facultada pelo calendário, dizer que assim não vale a pena festejar o 25 de Abril de 1974. O que se passou ontem, em Lisboa, com os adeptos do F.C. Porto que queriam apoiar a sua equipa de hóquei em patins, foi lamentável. É esta a liberdade dos cravos?
Esta quarta-feira, 25 de Abril, provavelmente a data mais importante da história de Portugal, Benfica e F.C. Porto jogavam a segunda etapa da final do play-off de hóquei em patins. Enquanto o país desfrutava do feriado, um grupo de adeptos portistas fazia-se à estrada, num autocarro e em várias viaturas, para apoiar ao vivo os seus jogadores. Muitos deles já tinham bilhete assegurado. O ingresso ser-lhes-ia entregue por simpatizantes do Benfica, à porta do recinto, cuja lotação estava longe de esgotada.
Em plena A1, todavia, os adeptos do F.C. Porto foram interceptados com grande aparato por várias viaturas e agentes da PSP, que impediram a sua entrada em Lisboa e promoveram a inversão de sentido e o regresso à Invicta, justificando a operação com pretensas ordens do comandante e do clube visitado.
Na ausência de argumentos legais, os adeptos podem conjecturar acerca da situação vivida. Por que é que não puderam entrar em Lisboa? A lei mudou e já é necessário passaporte ou visto para visitar a capital? Ou será que quiseram condicionar a equipa de Franklim Pais, que é pentacampeã e procura um inédito hexa? Alguém terá de lhes explicar a limitação de um direito.
Foi precisamente para terminar com prepotências arbitrárias que Portugal abriu os olhos a 25 de Abril de 1974 e deixou a penumbra. Aquilo a que se assistiu em Alverca, bem perto do centro de decisão do país, constitui uma estocada inadmissível nos princípios democráticos nascidos da revolução. Nenhuma autoridade pode impedir um cidadão de se dirigir para onde quiser, caso não tenha suporte legal. Não é esta a liberdade que Portugal deseja solenizar anualmente.»
Não foi propriamente em Coimbra, mas podemos falar em Portugal dos Pequeninos ou, numa dedução óbvia que nos é facultada pelo calendário, dizer que assim não vale a pena festejar o 25 de Abril de 1974. O que se passou ontem, em Lisboa, com os adeptos do F.C. Porto que queriam apoiar a sua equipa de hóquei em patins, foi lamentável. É esta a liberdade dos cravos?
Esta quarta-feira, 25 de Abril, provavelmente a data mais importante da história de Portugal, Benfica e F.C. Porto jogavam a segunda etapa da final do play-off de hóquei em patins. Enquanto o país desfrutava do feriado, um grupo de adeptos portistas fazia-se à estrada, num autocarro e em várias viaturas, para apoiar ao vivo os seus jogadores. Muitos deles já tinham bilhete assegurado. O ingresso ser-lhes-ia entregue por simpatizantes do Benfica, à porta do recinto, cuja lotação estava longe de esgotada.
Em plena A1, todavia, os adeptos do F.C. Porto foram interceptados com grande aparato por várias viaturas e agentes da PSP, que impediram a sua entrada em Lisboa e promoveram a inversão de sentido e o regresso à Invicta, justificando a operação com pretensas ordens do comandante e do clube visitado.
Na ausência de argumentos legais, os adeptos podem conjecturar acerca da situação vivida. Por que é que não puderam entrar em Lisboa? A lei mudou e já é necessário passaporte ou visto para visitar a capital? Ou será que quiseram condicionar a equipa de Franklim Pais, que é pentacampeã e procura um inédito hexa? Alguém terá de lhes explicar a limitação de um direito.
Foi precisamente para terminar com prepotências arbitrárias que Portugal abriu os olhos a 25 de Abril de 1974 e deixou a penumbra. Aquilo a que se assistiu em Alverca, bem perto do centro de decisão do país, constitui uma estocada inadmissível nos princípios democráticos nascidos da revolução. Nenhuma autoridade pode impedir um cidadão de se dirigir para onde quiser, caso não tenha suporte legal. Não é esta a liberdade que Portugal deseja solenizar anualmente.»
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