Carla Soares
02/Maio/2007
Ausência de protagonistas a Norte ou falta de atenção por parte do Estado? Ambas parecem justificar o quadro negro da região, embora não sejam os únicos factores. E cada uma delas traz consigo outras razões. A falta de figuras que representem o todo nortenho leva alguns a argumentar que só não existem porque não há uma região administrativa que lhes sirva de palco e lhes dê capacidade decisória. Porém, há quem inverta o processo para defender que não vale a pena avançar com a regionalização sem antes termos rostos fortes, capazes e, sobretudo, unidos em torno de um mesmo objectivo impulsionar a região. Tal daria força ao próprio caderno reivindicativo perante Lisboa.
Mas como perdeu afinal o Norte a sua capacidade afirmativa e o Porto o seu carisma de "cidade-nação"? Onde estão as vozes críticas que, outrora, eram acusadas de "bairristas"? Numa análise histórica, o nome de Fernando Gomes, apelidado por muitos de "Marquês de Pombal" do Norte, vem forçosamente ao de cima. Foi, contudo, durante o cavaquismo que teve maior protagonismo. Com Guterres no Governo, e após as eleições de 1999, a sua voz perdeu-se quando foi nomeado e demitido de ministro da Administração Interna. Após a curta estadia em Lisboa, perdeu para Rui Rio nas autárquicas.
Referendo calou região
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