Ouvi algures que o governo lisboeta se prepara para diminuir as listas de espera dos doentes que aguardam cirurgias. A diminuição planeada é, na "conversa" do governo lisboeta, da ordem dos 10%, isto é, dos actuais 230.000 ou 220.000 para cerca de 200.000 pacientes. Em simultâneo –e sem ser explícito- dizia-se, através da senhora Secretária de Estado lisboeta Dra. C Pignatelli, que o governo lisboeta estava igualmente empenhado em reduzir o tempo médio de espera das operações, de 6 para 5 meses.
Ora, da maneira como a notícia foi transmitida, parecia que eram 2 esforços, 2 realizações positivas, complementares, do governo lisboeta quando, como é extremamente fácil de demonstrar e perceber, para quem tem umas luzes, mesmo que só muito básicas, de aritmética elementar, a consecução de um qualquer dos 2 objectivos referidos decorre, OBRIGATORIAMENTE, da realização do outro. É, em linguagem matemática, mais ou menos, um seu corolário.
Com efeito e desde que não ocorram distorções ou enviesamentos significativos na ponderação da tipologia e das naturezas das cirurgias em questão, há um nexo de causalidade entre o número de cirurgias em atraso e o tempo de espera pela realização das mesmas, conforme é bem fácil de perceber. Se o Sistema realiza, em todo o país e em conformidade com a ponderação média das diferentes tipologias de cirurgias, 1.280 operações/dia, então, em 180 dias (6 meses) será possível realizar 230.400 operações. Se, mercê de uma melhoria de produtividade –de uma mais eficiente utilização dos recursos (planeamento e organização das operações, aproveitamento do pessoal médico e paramédico, utilização das salas e equipamentos de cirurgia, etc.)- fôr possível passar a realizar 1.440 cirurgias/dia (incremento de 12,5%), então o último dos, actuais, 230.000 pacientes em espera, será operado daqui a 159,72 dias, em vez dos 179,69 dias de espera que teria, se o ritmo diário das cirurgias se mantivesse (nas 1.280 diárias). E é uma melhoria de 12,5%, em tempo de espera.
Naturalmente que o número de pacientes em espera e respectiva evolução estão correlacionados com, como se diz em saldos demográficos e em gestão de stocks, os ritmos de entrada de (novos) doentes em espera para cirurgia versus a frequência/o ritmo das cirurgias realizadas.
Assim, se o Sistema conseguir realizar, por exemplo, 1.440 cirurgias/dia e o ritmo médio de entrada de novos pacientess em espera para cirurgia for de, por exemplo, 1.400/dia, ganha-se, diariamente, uma melhoria de 40 pacientes em espera, pelo que, teórica e tendencialmente, dos actuais 230.000 pacientes em espera, iríamos reduzindo 14.600 (40 X 365) pacientes/ano e, dentro de 15 anos e 9 meses acabaríamos as listas de espera, "ceteris paribus" (i.e., mantendo-se imutáveis as restantes condições/variáveis). Claro que, para um desempenho, dado, do Sistema, das, por exemplo, mesmas 1.440 cirurgias/dia, se a frequência de novas entradas (novos pacientes agregados às listas de espera…) fosse de, por exemplo, 1.300/dia, logicamente que se recuperariam 51.100 pacientes/ano (140 X 365d.) pelo que se acabariam as listas de espera dentro de 4 anos e meio, se se mantivessem todas as restantes condições.
Não façam, pois, de nós parvos...
Ora, da maneira como a notícia foi transmitida, parecia que eram 2 esforços, 2 realizações positivas, complementares, do governo lisboeta quando, como é extremamente fácil de demonstrar e perceber, para quem tem umas luzes, mesmo que só muito básicas, de aritmética elementar, a consecução de um qualquer dos 2 objectivos referidos decorre, OBRIGATORIAMENTE, da realização do outro. É, em linguagem matemática, mais ou menos, um seu corolário.
Com efeito e desde que não ocorram distorções ou enviesamentos significativos na ponderação da tipologia e das naturezas das cirurgias em questão, há um nexo de causalidade entre o número de cirurgias em atraso e o tempo de espera pela realização das mesmas, conforme é bem fácil de perceber. Se o Sistema realiza, em todo o país e em conformidade com a ponderação média das diferentes tipologias de cirurgias, 1.280 operações/dia, então, em 180 dias (6 meses) será possível realizar 230.400 operações. Se, mercê de uma melhoria de produtividade –de uma mais eficiente utilização dos recursos (planeamento e organização das operações, aproveitamento do pessoal médico e paramédico, utilização das salas e equipamentos de cirurgia, etc.)- fôr possível passar a realizar 1.440 cirurgias/dia (incremento de 12,5%), então o último dos, actuais, 230.000 pacientes em espera, será operado daqui a 159,72 dias, em vez dos 179,69 dias de espera que teria, se o ritmo diário das cirurgias se mantivesse (nas 1.280 diárias). E é uma melhoria de 12,5%, em tempo de espera.
Naturalmente que o número de pacientes em espera e respectiva evolução estão correlacionados com, como se diz em saldos demográficos e em gestão de stocks, os ritmos de entrada de (novos) doentes em espera para cirurgia versus a frequência/o ritmo das cirurgias realizadas.
Assim, se o Sistema conseguir realizar, por exemplo, 1.440 cirurgias/dia e o ritmo médio de entrada de novos pacientess em espera para cirurgia for de, por exemplo, 1.400/dia, ganha-se, diariamente, uma melhoria de 40 pacientes em espera, pelo que, teórica e tendencialmente, dos actuais 230.000 pacientes em espera, iríamos reduzindo 14.600 (40 X 365) pacientes/ano e, dentro de 15 anos e 9 meses acabaríamos as listas de espera, "ceteris paribus" (i.e., mantendo-se imutáveis as restantes condições/variáveis). Claro que, para um desempenho, dado, do Sistema, das, por exemplo, mesmas 1.440 cirurgias/dia, se a frequência de novas entradas (novos pacientes agregados às listas de espera…) fosse de, por exemplo, 1.300/dia, logicamente que se recuperariam 51.100 pacientes/ano (140 X 365d.) pelo que se acabariam as listas de espera dentro de 4 anos e meio, se se mantivessem todas as restantes condições.
Não façam, pois, de nós parvos...
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