Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

Metro do Porto: o contínuo desprezo do governo e a incapacidade dos políticos do Porto

O caso da Metro do Porto


O caso da Metro do Porto é o mais emblemático (e problemático) exemplo de desrespeito para com os autarcas da Área Metropolitana do Porto e, por extensão, para com os cidadãos que habitam este espaço. Os representantes dos vários partidos vão mostrando, às pinguinhas, a sua indignação. O Governo faz-se de morto: ninguém comenta, ninguém fala, ninguém pede desculpa. O ministro da tutela, Álvaro Santos Pereira, que tomou em mãos o dossiê, supostamente para o resolver, toma-nos por tolos, ao dizer que não há problema algum.

É preciso soprar a poeira que o caso levantou para percebermos a gravidade da situação. A mim interessa-me muito pouco o facto de estarmos perante mais uma consequência do ódio cordial que Rui Rio e Luís Filipe Menezes nutrem um pelo outro. Como não me interessa a tese propalada pelo presidente da Câmara do Porto, segundo a qual alguém dentro do Governo aproveitou o caos do caso para tramar o ministro da Economia. O que verdadeiramente interessa é a demonstrada incapacidade de reação dos responsáveis políticos do Porto.

Dos presidentes de Câmara aos presidentes das concelhias, passando pelos líderes das distritais, o que se tem ouvido são palavras de circunstância. O mais fácil, portanto. Ora, o caso exige bastante mais do que intervenções inflamadas.

O caso da Metro do Porto exige, pelo desprezo e indiferença mostrados pelo Governo, que as forças políticas, todas as forças políticas do concelho e do distrito, sejam capazes de falar a uma só voz, mostrando que só não se sente quem não é filho de boa gente. O caso exige que os responsáveis políticos da região percebam que, se aceitarem este infâme tratamento, o que vem a seguir só pode ser pior. O caso exige que, depois da fase de apontar o dedo, se chegue à fase da averiguação de responsabilidades.

Há muitas perguntas a fazer.

Que motivos fizeram com que a escolha dos administradores da Metro derrapasse até ao último dia?

Quem teve a palavra final na escolha dos administradores?

Quem avaliou o currículo dos administradores, posteriormente chumbados pela Comissão de Recrutamento e Seleção para a Função Pública?

E por que razão, ou razões, chumbou a comissão tais nomes? Não é da mais elementar transparência divulgar os motivos?

É mera coincidência não ter sido levantado qualquer obstáculo às nomeações para a STCP?

E, não menos importante, quem vai pagar o consumo feito pelos representantes do Estado na Metro, que se acolheram num café durante horas à espera de novas ordens?

Sim, o caso da Metro do Porto é tão vergonhoso que pode ser reduzido a este ridículo. Resta saber se quem pode agir está disposto a cobrir-se disso mesmo: de ridículo.

Jornal de Notícias


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