(*) Alcides Freire
O presidente da Comissão Discplinar da Liga não vê televisão. Pelo menos não lhe interessa o que a televisão possa acrescentar sobre um jogo de futebol. É um direito que assiste a Ricardo Costa, além de que a opção não é sequer pioneira num país cujo Presidente da República confessou, quando ainda era primeiro-ministro, que não lia jornais.
O presidente da Comissão Discplinar da Liga não vê televisão. Pelo menos não lhe interessa o que a televisão possa acrescentar sobre um jogo de futebol. É um direito que assiste a Ricardo Costa, além de que a opção não é sequer pioneira num país cujo Presidente da República confessou, quando ainda era primeiro-ministro, que não lia jornais.
Eu tenho sempre dúvidas e sou bem capaz de errar muitas vezes.
Graças à tecla do "delete" já me salvei de alguns erros comprometedores.
Tenho dúvidas, por exemplo, que a CD esteja a proceder correctamente cingindo-se aos relatórios dos árbitros para daí extrair a dimensão de um castigo. Foi assim que, fechando os olhos às imagens, confiando apenas nos olhos de um árbitro-assistente que estava nas costas dos jogadores e naquilo que escreveu um árbitro cujos olhos só viram uma falta de Tixier sobre Quaresma, a CD chegou à conclusão de que o extremo portista merecia a pena máxima: dois jogos na bancada.
Quem achou mais piada a tudo isto foi Tixier. No final do jogo, estava desgostoso porque Quaresma ainda não lhe pedira desculpas; quando chegou a França, onde agora joga, disse para Portugal que não encontrou no gesto do braço direito do portista qualquer sinal de cotovelada intencional.
Ricardo Costa também não deve ler jornais. O árbitro decidiu, está decidido. Por isso, Cássio, avançado do Nacional, estará amanhã em Alvalade, apesar da cotovelada no maritimista Olberdam que só a televisão viu. Sorte teve Anderson Polga, porque as imagens provararam que não devia ter visto um amarelo no Estádio do Bessa; mais sorte ainda teve um jogador do Trofense, porque, sem qualquer canal televisivo por perto, valeu-lhe um recurso baseado nas imagens feitas pelo funcionário do clube para provar que não era ele que devia ter visto um amarelo.
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