Pelos vistos, as mais recentes declarações de Jesualdo Ferreira caíram mal em alguns estômagos mais sensibilizados por outro ano de jejum forçado. É normal. Afinal, o professor foi extremamente ácido, quase corrosivo, nomeadamente ao dizer que encontrou no FC Porto as condições para ser campeão que lhe faltaram noutros clubes, leia-se no Benfica. Um claro ajuste de contas! Uma mentira torpe! Um... Esperem, não, afinal parece que é verdade. Aliás, é uma evidência: Jesualdo foi campeão no FC Porto e foi despedido no Benfica. E não foi duas vezes como contam algumas pessoas mais desmemoriadas, foram três: duas como adjunto de Toni, em 1988 e depois em 1994, curiosamente depois da conquista de dois campeonatos, e uma como treinador principal. Ora, o curioso é que Jesualdo Ferreira não foi o único treinador a sentir na pele as diferenças entre o FC Porto e o Benfica. Artur Jorge foi campeão nacional e europeu no FC Porto e acabou despedido no Benfica. Ivic foi campeão nacional no FC Porto e acabou despedido no Benfica. José Mourinho foi campeão nacional e europeu no FC Porto e despediu-se do Benfica. Fernando Santos foi campeão nacional no FC Porto e acabou em terceiro no Benfica, até ver. Pode querer enfiar-se a cabeça na areia para evitar o confronto com uma realidade desagradável, mas isso não muda os factos. E por falar em factos, ainda estou a tentar perceber de que forma o facto de Jesualdo Ferreira dizer que os adeptos do Benfica são tantos e gostam tanto do seu clube que muitas vezes o levam ao colo e muitas outras o asfixiam pode ser visto como uma crítica. Por outro lado, há certamente quem tenha muito mais imaginação do que eu.
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