O cunhado de Carolina, a ex-companheira do presidente do Futebol Clube do Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa, também prestou depoimento nos serviços do Ministério Público (MP) dos Juízos Criminais do Porto.
E arrasou a irmã gémea da mulher, acusando-a, segundo o CM apurou junto de fontes judiciais, de ser impulsiva, irresponsável e egoísta.
De acordo com o depoimento efectuado na 3.ª Secção do MP a uma procuradora-adjunta, no dia 28 de Junho de 2007, César Curado, de 45 anos, terá dito que sempre foi a sua esposa, Ana Maria, quem tomou conta de Carolina Salgado, chegando a colocar em risco o próprio casamento e não dando atenção às filhas. E terá ainda acrescentado que Carolina vivia na sua casa até se mudar para a residência de Pinto da Costa e que aquela sempre o tentou separar da mulher.
César Curado assegura que Pinto da Costa sempre teve um excelente relacionamento com os filhos de Carolina Salgado – fruto de uma relação anterior – e que era mesmo tratado por “pai”. Adianta que, até à data em que prestou declarações no MP, desconhecia os motivos da separação.
O cunhado de Carolina Salgado terá admitido que era motorista do presidente do FC Porto e da cunhada, tendo-a transportado várias vezes a Lisboa para aquela se encontrar com os jornalistas Pedro Rita e Leonor Pinhão, para tratarem da venda da casa, carro e objectos de que, alegadamente, Carolina se havia apropriado.
César terá ainda denunciado ao MPv que era a jornalista Leonor Pinhão quem fazia a ponte entre o presidente do Sport Lisboa e Benfica, Luís Filipe Vieira e Carolina Salgado, confirmando, assim, as declarações prestadas à mesma procuradora pela sua esposa (um dia antes).
César Curado faz ainda referência a um valioso quadro que Carolina Salgado ofereceu ao presidente do Benfica – em troca do patrocínio do livro ‘Eu, Carolina’ – e que este terá devolvido posteriormente à cunhada. A obra regressou à posse de Pinto da Costa na passada semana.
O cunhado de Carolina terá também dito à procuradora que o interrogou que chegou a ver inspectores da PJ na casa daquela, mas que nunca ouviu as conversas. A rematar as declarações que prestou às autoridades, terá feito questão de salientar que a sua mulher, Ana Maria, sempre actuou com o propósito de ajudar a irmã.
Em declarações ao CM, Leonor Pinhão salientou que algo de grave se passou para que Ana Maria, que sempre esteve ao lado de Carolina, tenha mudado repentinamente de opinião e disse esperar que o MP proceda às respectivas investigações. Joaquim Salgado, pai das gémeas, afirma que Ana Maria precisa urgentemente de apoio médico.
REPÓRTER TAMBÉM INDICIADO
Pedro Rita, actual repórter do ‘Diário de Notícias’, é uma das figuras centrais nas queixas efectuadas ao Ministério Público por Ana Maria e César Curado. Terá sido acusado de mediar um negócio entre Mourinho e Carolina – para que a ex-companheira de Pinto da Costa retirasse do livro que publicou qualquer referência ao seu nome.
É ainda referido por pretender ser assessor de Imprensa de Carolina e, ainda, de ter alegadamente tentado subornar o empresário Jorge Mendes com um quadro. Segundo o casal, o jornalista era visita assídua da casa de Carolina e terá mesmo servido de “conselheiro” em algumas declarações por ela proferidas publicamente. O CM tentou ontem obter uma reacção às alegadas acusações que lhe são imputadas pela irmã e cunhado de Carolina Salgado, mas Pedro Rita não atendeu o telemóvel.
APONTAMENTOS
SEM PROCESSO
Luís Filipe Vieira, presidente do Sport Lisboa e Benfica, não vai processar Ana Maria, garantiu ao CM fonte do clube encarnado. Sobre o seu envolvimento no lançamento do livro ‘Eu, Carolina’, Vieira limita-se a afirmar que se trata de “um problema pessoal de Pinto da Costa com a Justiça”. O dirigente diz confiar no sistema judicial para o apuramento da verdade.
INDEPENDENTE
As denúncias efectuadas por Ana Maria e o marido, César Curado, deram origem a um processo que corre termos na 3.ª Secção do Departamento de Investigação e Acção Penal dos Juízos Criminais do Porto. Como envolvem alegadas queixas contra elementos da equipa especial criada para investigar o ‘Apito Dourado’, liderada pela procuradora Maria José Morgado, será tratado de forma independente. A magistrada já fez saber que vai processar os autores de tais denúncias.