Serei só eu ou estas OPAs sobre as acções da Benfica SAD cheiram a esturro ou ainda pior?
Primeiro, aparece Joe Berardo, cheio de boas intenções, disposto a ajudar o clube e a contribuir para a sua afirmação nacional e internacional, sendo naturalmente recebido de braços bem abertos por Luís Filipe Vieira.
As acções disparam na Bolsa de Lisboa, são transaccionadas aos milhares e alguém faz uma pequena fortuna em mais-valias.
E qual é a proposta de Berardo para ajudar os encarnados? Começa por insultar nada menos que Rui Costa para logo a seguir oferecer uma fracção do valor pelo qual as acções do clube encarnado foram colocadas no mercado cerca de dois meses antes.
Para não haver dúvidas sobre as suas intenções, esclarece desde logo que os accionistas que cometam a insensatez de aceitarem a sua proposta vão perder muito dinheiro. Aliás, poucas horas depois do Benfica ter oficialmente considerado a OPA inoportuna, o próprio Joe Berardo aparece a dizer que compreende a posição do clube, assim como quem admite que realmente propôs um mau negócio, um negócio que não podia querer alguma vez concretizar.
Entretanto, aparece um empresário a dizer que há um grupo de investidores chineses interessados em concorrer com a OPA de Berardo, dobrando a oferta daquele por acção.
As acções disparam outra vez na Bolsa de Lisboa, são transaccionadas aos milhares e alguém faz outra fortuna, não tão pequena como isso, em mais-valias. No dia seguinte, o Benfica esclarece não ter conhecimento de nenhuma proposta de nenhum grupo chinês e o próprio empresário responsável pelo anúncio original explica que o interesse dos orientais, tão real na véspera, se teria dissipado, talvez por influência do anticiclone dos Açores.
Por outras palavras, alguém andou a brincar com a Bolsa de Lisboa e com as acções do Benfica, até ver, sem consequências, dando certamente um enorme contributo para a credibilidade do negócio futebol em Portugal enquanto toda a gente assobia para o lado. Gostava de saber como seria se tivesse acontecido com a SAD do FC Porto. Quantas procuradoras adjuntas é que um caso destes não mobilizaria?
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