Rio, depois do centralismo o pior inimigo do Porto, tenta colar-se ao acontecimento mas Manoel de Oliveira recusa receber as Chaves da Cidade.
O realizador encara a atribuição da condecoração, decidida na semana passada pela Câmara do Porto, como um "aproveitamento da ocasião" e diz que não procura benesses.
O cineasta, que completa 100 anos na próxima quinta-feira, considera que esta vontade de entregar-lhe a distinção maior do Município é contraditória em relação à actuação da Autarquia ao longo dos últimos anos e, como tal, "não faz sentido". Em declarações ao JN, assinala que nunca foi consultado sobre se aceitava ou não este galardão e que só teve conhecimento da intenção municipal através do jornais. Contactada ontem, a Câmara do Porto prefere manter o silêncio.
"Tenho recebido o oposto durante vários anos com três presidentes da Câmara, sendo que o último não foi o melhor. Ainda agravou mais a situação", acusou Manoel de Oliveira numa referência ao longo diferendo com o Município do Porto por causa da Casa do Cinema Manoel de Oliveira. Embora nunca tenha pedido a construção do edifício concluído e vazio há cinco anos e que deveria acolher o acervo do realizador, salienta a espera de muito anos por esse reconhecimento que seria uma oferta à cidade. Em Novembro, o ministro da Cultura, Pinto Ribeiro, anunciou que esse imóvel será um dos três pólos da Cinemateca do Porto.
"Nada sei sobre o que se passa com a Casa do Cinema. Estou perfeitamente alheio e cada vez mais desinteressado. A minha forte vontade era do povo, dos portuenses, do amor que eu tenho à cidade onde nasci e vivo", explica o cineasta, deixando claro que não anda à procura "benesses".
Ainda assim, Manoel de Oliveira distingue os portuenses da "pessoa que gere a casa dos portuenses", considerando que uma distinção da cidade teria um significado totalmente diferente. Porém, olhando para a relação com a Autarquia, a atribuição das Chaves da Cidade seria um "comportamento absolutamente oposto ao que tem tido até agora".
E sustenta a recusa nessa contradição. "Não vou receber coisa nenhuma. Nunca fui consultado para tal. Já tenho recebido tantas ofensas e provocações através do jornal", insiste. "É contraditório e não faz sentido nenhum".
Foi por iniciativa do presidente Rui Rio que o Executivo municipal tomou a decisão, na passada quarta-feira, de homenagear o realizar coma entrega do reconhecimento maior da cidade. Considerando "indiscutível" a projecção internacional que Manoel de Oliveira deu ao nome de Portugal além-fronteiras, o autarca entende que o cineasta deve juntar-se ao núcleo exclusivo de cidadãos que receberam as Chaves da Cidade. Em dois mandatos, Rui Rio ofereceu-as duas vezes.
As relações entre a Câmara e o cineasta têm sido marcadas pelo desacordo quanto ao modelo de gestão da Casa do Cinema. A tal ponto que, em Agosto de 2007, a Autarquia, liderada por Rui Rio, admitiu instalar a Divisão Municipal do Património Cultural e o Departamento de Museus no imóvel. A solução foi muito criticada por Manoel de Oliveira.
O cineasta, que completa 100 anos na próxima quinta-feira, considera que esta vontade de entregar-lhe a distinção maior do Município é contraditória em relação à actuação da Autarquia ao longo dos últimos anos e, como tal, "não faz sentido". Em declarações ao JN, assinala que nunca foi consultado sobre se aceitava ou não este galardão e que só teve conhecimento da intenção municipal através do jornais. Contactada ontem, a Câmara do Porto prefere manter o silêncio.
"Tenho recebido o oposto durante vários anos com três presidentes da Câmara, sendo que o último não foi o melhor. Ainda agravou mais a situação", acusou Manoel de Oliveira numa referência ao longo diferendo com o Município do Porto por causa da Casa do Cinema Manoel de Oliveira. Embora nunca tenha pedido a construção do edifício concluído e vazio há cinco anos e que deveria acolher o acervo do realizador, salienta a espera de muito anos por esse reconhecimento que seria uma oferta à cidade. Em Novembro, o ministro da Cultura, Pinto Ribeiro, anunciou que esse imóvel será um dos três pólos da Cinemateca do Porto.
"Nada sei sobre o que se passa com a Casa do Cinema. Estou perfeitamente alheio e cada vez mais desinteressado. A minha forte vontade era do povo, dos portuenses, do amor que eu tenho à cidade onde nasci e vivo", explica o cineasta, deixando claro que não anda à procura "benesses".
Ainda assim, Manoel de Oliveira distingue os portuenses da "pessoa que gere a casa dos portuenses", considerando que uma distinção da cidade teria um significado totalmente diferente. Porém, olhando para a relação com a Autarquia, a atribuição das Chaves da Cidade seria um "comportamento absolutamente oposto ao que tem tido até agora".
E sustenta a recusa nessa contradição. "Não vou receber coisa nenhuma. Nunca fui consultado para tal. Já tenho recebido tantas ofensas e provocações através do jornal", insiste. "É contraditório e não faz sentido nenhum".
Foi por iniciativa do presidente Rui Rio que o Executivo municipal tomou a decisão, na passada quarta-feira, de homenagear o realizar coma entrega do reconhecimento maior da cidade. Considerando "indiscutível" a projecção internacional que Manoel de Oliveira deu ao nome de Portugal além-fronteiras, o autarca entende que o cineasta deve juntar-se ao núcleo exclusivo de cidadãos que receberam as Chaves da Cidade. Em dois mandatos, Rui Rio ofereceu-as duas vezes.
As relações entre a Câmara e o cineasta têm sido marcadas pelo desacordo quanto ao modelo de gestão da Casa do Cinema. A tal ponto que, em Agosto de 2007, a Autarquia, liderada por Rui Rio, admitiu instalar a Divisão Municipal do Património Cultural e o Departamento de Museus no imóvel. A solução foi muito criticada por Manoel de Oliveira.
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