Morre Afonso de Albuquerque
Marinheiro e soldado, estratego escritor (primorosas as suas Cartas para o rei), estadista e diplomata, foi o maior vulto de toda a história ultramarina portuguesa, a ele se ficando a dever as bases sobre as quais se manteve durante séculos o Império Português do Oriente.
Afonso de Albuquerque nasceu em Alhandra no ano de 1453, segundo filho do terceiro senhor de Vila Verde (dos Francos), Gonçalo de Albuquerque. Fidalgo de linhagem, podia pois, com verdade, escrever a D. Manuel que seus avós lhe haviam deixado «bons costados e boa liançam».
Segundo governador da Índia, neto e bisneto dos escrivães da puridade de D. João e de D. Duarte. Foi um brilhante militar e político sendo considerado como o maior governador da Índia. Era dotado de uma energia indomável, tendo um espirito aberto às mais avançadas concepções. De família aristocrática, foi educado na corte de D. Afonso V, onde estudou matemática e se familiarizou com os clássicos.
Acompanhou o futuro D. João II na campanha de Castela (1476), serviu em Arzila e Larache (1489) e em 1490 fez parte da guarda de D. João II. Serviu de novo em Arzila (1495), voltando depois a integrar-se na guarda real. Enviado à Índia em 1503 com o seu primo Francisco de Albuquerque, tendo cada um o comando de três naus, venceu as forças de Calecute, ergueu a fortaleza de Cochim e estabeleceu relações comerciais com Coulão, tendo regressado experiente e sonhador em 1504.
Expôs a D. Manuel o seu sonho imperial, alicerçado na conquista das posições estratégicas do Índico, tendo convencido o monarca e os membros do seu conselho.Para o executar partiu para Oriente em 1506, como capitão-mor do mar da Arábia e com a provisão (secreta) que lhe confiava, desde 1508, o governo de toda a Índia. Conquistou os portos de Omã e fez tributária de Portugal a riquíssima cidade de Ormuz (1507). Apoderou-se de Goa (1510) e de Malaca (1511), tendo sido, em 1513, o primeiro capitão europeu a sulcar o Mar Vermelho. Desenvolveu intensa actividade administrativa e diplomática para consolidar a soberania portuguesa. Concluída a Fortaleza de Ormuz (1515), viu completada a cadeia de pontos capitais para assegurar o monopólio maritimo-comercial dos produtos da Índia. Veio a falecer à vista de Goa, em 16 de Dezembro de 1515, não sem saber que na cidade o aguardava para lhe suceder um dos seus mais acérrimos inimigos pessoais: Lopo Soares de Albergaria enviado pelo rei D. Manuel I.
Profundamente ofendido e desgostoso, Afonso de Albuquerque deu graças a Nosso Senhor e disse: «Mal com os homens por amor a el-rei com el-rei por amor dos homens, bom é acabar». Os seus padecimentos haviam-se agravado, e sentido-se morrer ditou para D. Manuel a seguinte carta:«Senhor: quando esta escrevo a Vossa Alteza estou com um soluço que é sinal de morte. Nesses reinos tenho um filho e peço a Vossa Alteza que mo faça grande, como meus serviços merecem que tenho feito com minha serviçal condição; porque a ele mando, sob pena de minha benção, que vo-lo requeira. E quanto às coisas da Índia não digo nada, porque elas falarão por si e por mim».
Marinheiro e soldado, estratego escritor (primorosas as suas Cartas para o rei), estadista e diplomata, foi o maior vulto de toda a história ultramarina portuguesa, a ele se ficando a dever as bases sobre as quais se manteve durante séculos o Império Português do Oriente.
Afonso de Albuquerque nasceu em Alhandra no ano de 1453, segundo filho do terceiro senhor de Vila Verde (dos Francos), Gonçalo de Albuquerque. Fidalgo de linhagem, podia pois, com verdade, escrever a D. Manuel que seus avós lhe haviam deixado «bons costados e boa liançam».
Segundo governador da Índia, neto e bisneto dos escrivães da puridade de D. João e de D. Duarte. Foi um brilhante militar e político sendo considerado como o maior governador da Índia. Era dotado de uma energia indomável, tendo um espirito aberto às mais avançadas concepções. De família aristocrática, foi educado na corte de D. Afonso V, onde estudou matemática e se familiarizou com os clássicos.
Acompanhou o futuro D. João II na campanha de Castela (1476), serviu em Arzila e Larache (1489) e em 1490 fez parte da guarda de D. João II. Serviu de novo em Arzila (1495), voltando depois a integrar-se na guarda real. Enviado à Índia em 1503 com o seu primo Francisco de Albuquerque, tendo cada um o comando de três naus, venceu as forças de Calecute, ergueu a fortaleza de Cochim e estabeleceu relações comerciais com Coulão, tendo regressado experiente e sonhador em 1504.
Expôs a D. Manuel o seu sonho imperial, alicerçado na conquista das posições estratégicas do Índico, tendo convencido o monarca e os membros do seu conselho.Para o executar partiu para Oriente em 1506, como capitão-mor do mar da Arábia e com a provisão (secreta) que lhe confiava, desde 1508, o governo de toda a Índia. Conquistou os portos de Omã e fez tributária de Portugal a riquíssima cidade de Ormuz (1507). Apoderou-se de Goa (1510) e de Malaca (1511), tendo sido, em 1513, o primeiro capitão europeu a sulcar o Mar Vermelho. Desenvolveu intensa actividade administrativa e diplomática para consolidar a soberania portuguesa. Concluída a Fortaleza de Ormuz (1515), viu completada a cadeia de pontos capitais para assegurar o monopólio maritimo-comercial dos produtos da Índia. Veio a falecer à vista de Goa, em 16 de Dezembro de 1515, não sem saber que na cidade o aguardava para lhe suceder um dos seus mais acérrimos inimigos pessoais: Lopo Soares de Albergaria enviado pelo rei D. Manuel I.
Profundamente ofendido e desgostoso, Afonso de Albuquerque deu graças a Nosso Senhor e disse: «Mal com os homens por amor a el-rei com el-rei por amor dos homens, bom é acabar». Os seus padecimentos haviam-se agravado, e sentido-se morrer ditou para D. Manuel a seguinte carta:«Senhor: quando esta escrevo a Vossa Alteza estou com um soluço que é sinal de morte. Nesses reinos tenho um filho e peço a Vossa Alteza que mo faça grande, como meus serviços merecem que tenho feito com minha serviçal condição; porque a ele mando, sob pena de minha benção, que vo-lo requeira. E quanto às coisas da Índia não digo nada, porque elas falarão por si e por mim».
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