Leça da Palmeira
Casa de Chá e Piscina das Marés,
de Siza Vieira classificadas como monumentos nacionais
A Casa de Chá da Boa Nova e as Piscinas das Marés, ambas em Leça da Palmeira, Matosinhos, Porto, e projectadas por Álvaro Siza Vieira, são dois dos oito novos monumentos ontem classificados como nacionais pelo Conselho de Ministros.
A lista dos monumentos que o Governo considerou revestirem-se de "excepcional interesse nacional", e por isso justificar a classificação, inclui também a Casa do Passal (Carregal do Sal), o sítio arqueológico pré-histórico Concheiros de Muge (Salvaterra de Magos), a Igreja do Carmo (Coimbra), o Terreiro da Batalha do Ameixial (Estremoz), o antigo Convento dos Eremitas de S. Paulo da Serra de Ossa ou de Jesus Cristo (Redondo) e o Sistema de Abastecimento de Águas à cidade de Braga do Século XVIII, designado por Sete Fontes.
Álvaro Siza mostrou-se ontem "muito satisfeito" com a notícia da classificação daqueles que são os seus primeiros projectos a entrar na lista do património nacional, ambos concretizados na sua cidade natal nos anos 1950-60. "Não se trata tanto de satisfação por razões pessoais, mas pela própria arquitectura", disse Siza ao PÚBLICO. E salientou a importância que a classificação de obras de arquitectura moderna tem não só para a sua divulgação e valorização, mas também para a sua salvaguarda. "Normalmente prestamos mais atenção à arquitectura clássica, palácios, monumentos e igrejas, e desprezamos a do nosso tempo. Esquecemo-nos que a arquitectura é um continuum", notou Siza, realçando ainda o facto de ambas as obras se situarem em Matosinhos, uma terra que "valoriza a arquitectura do nosso tempo".
"O valor científico, patrimonial e cultural de cada um dos bens, aliado aos critérios de autenticidade, originalidade, raridade, singularidade e exemplaridade revelados pelo modo como foram apropriados pelos cidadãos", justificam as classificações agora realizadas, explica o decreto do Conselho de Ministros.
Entre os novos monumentos nacionais está a Casa do Passal, em Cabanas de Viriato, onde o cônsul Aristides de Sousa Mendes (1885-1954) viveu e recebeu dezenas de refugiados, estando o edifício em elevado estado de degradação.
com A.R. e Lusa
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