Uma das consequências infelizes do processo Apito Dourado é o absurdo questionamento dos 25 anos de conquistas da equipa de futebol do FC Porto. Do ponto de vista das frustrações lisboetas, o processo jurídico foi um maná dos céus – permitiu “explicar” anos e anos de frustrações, derrotas, títulos perdidos. Afinal, Benfica e Sporting não deslizaram para o fundo do mar por culpa própria. Foram puxados pelos tentáculos poderosos de um polvo que, sabe-se agora, não tinha virtudes. Só defeitos.
Foi por culpa do FC Porto e do seu presidente que o Benfica esbanjou três finais europeias nestes 25 anos (enquanto o FC Porto ganhou três das quatro que disputou). Foi por acção de Pinto da Costa que o Sporting fraquejou em Alvalade, numa final europeia que só podia ser ganha. Foi Reinaldo Teles quem manipulou assembleias-gerais nos dois «grandes» de Lisboa para eleger Vales, Santanas, Damásios, Roquettes e por aí fora. Foi seguramente pelo dedo de António Araújo que o Benfica dispensou Deco e Maniche e o Sporting abdicou de Simão e Quaresma. Como os frequentadores das sessões clínicas da Igreja Universal do Reino de Deus, eu, que sempre fui cego, já consigo ver: foram eles, foram eles! Afinal, é muito mais fácil encontrar um réu com as costas suficientemente largas para justificar os desaires do que fazer uma introspecção socrática (não é este Sócrates! É o outro!) e pedir responsabilidades.
Até porque nada pode proibir que agentes do mesmo ofício falem entre si, que de forma mais ou menos inocente procedam a umas provocações e solicitem umas ajudas, não duvido por isso que consigam encontrar ilegalidades nas práticas de Pinto de Costa, mas recuso-me a acreditar que o actual presidente Orelhas, o ex-director desportivo das papoilas saltitantes e outros Condes dos lados de Alvalade (lembram-se das famosas reuniões de Canal Caveira, às portas de Lisboa) sejam virgens no processo. Ou isso, ou as virgens nas minhas fantasias são claramente efabuladas. Prefiro pensar que não são.
Isso não impede que eu goste muito de ver o entusiasmo que LF Vieira dedica ao processo Apito Dourado, normalmente nos dias a seguir à publicação de notícias comprometedoras sobre a sua actividade imobiliária, os seus contratos paralelos ou o seu estatuto volátil de arguido-réu-absolvido-arguido. É verdade que ninguém lhe escutou qualquer comentário quando o seu clube era o mandante da Liga de clubes, quando arrastaram um jogo para o Algarve, deram as botas ao árbitro e na semana que antecedeu o jogo andaram a convidar jogadores do Estoril para almoçaradas. Isto já sem falar na ilegalidade do Veiga, ex-director do departamento de futebol lampão ser dono do Estoril e aquele clube ser dirigido por ex-dirigentes dos lampiões... Já para não falar dos contratos feitos com jogadores do Setúbal na véspera de jogarem contra aquela equipa. Coisas inocentes, portanto...
Neste domingo, aconteceu a sequela de um filme mil vezes exibido. O estádio, graças ao Porto, estava cheio como um ovo. As claques do Benfica foram espectaculares antes do início do jogo. Ouviram-se cânticos aterrorizadores para jogadores e adeptos do FC Porto. O jogo começou sob um ambiente infernal para os forasteiros. Com gelo nas veias, os jogadores do FC Porto tomaram conta das operações e fizeram a bola correr à velocidade desejada. Apesar do vendedor de banha da cobra que estava sentado no banco, o FC Porto dominou. Criou hipóteses de golo. Marou o golo da ordem num lance que a imprensa de hoje descreve como esporádico e fruto do acaso. . Só não ganhou, porque para completar o dia das mentiras, Lucho (a quilómetros luz daquele jogador intratável do passado) fez a mentira de meter um golo na própria baliza. Mentira! E levou a água ao seu moinho, paesar de tudo. Não perdeu. O resultado que obteve foi com sangue suor e lágrimas. Não por manha. Nem por trapaça. Porque é consistentemente melhor.
Mas infelizmente existe o Apito Dourado.
Foi por culpa do FC Porto e do seu presidente que o Benfica esbanjou três finais europeias nestes 25 anos (enquanto o FC Porto ganhou três das quatro que disputou). Foi por acção de Pinto da Costa que o Sporting fraquejou em Alvalade, numa final europeia que só podia ser ganha. Foi Reinaldo Teles quem manipulou assembleias-gerais nos dois «grandes» de Lisboa para eleger Vales, Santanas, Damásios, Roquettes e por aí fora. Foi seguramente pelo dedo de António Araújo que o Benfica dispensou Deco e Maniche e o Sporting abdicou de Simão e Quaresma. Como os frequentadores das sessões clínicas da Igreja Universal do Reino de Deus, eu, que sempre fui cego, já consigo ver: foram eles, foram eles! Afinal, é muito mais fácil encontrar um réu com as costas suficientemente largas para justificar os desaires do que fazer uma introspecção socrática (não é este Sócrates! É o outro!) e pedir responsabilidades.
Até porque nada pode proibir que agentes do mesmo ofício falem entre si, que de forma mais ou menos inocente procedam a umas provocações e solicitem umas ajudas, não duvido por isso que consigam encontrar ilegalidades nas práticas de Pinto de Costa, mas recuso-me a acreditar que o actual presidente Orelhas, o ex-director desportivo das papoilas saltitantes e outros Condes dos lados de Alvalade (lembram-se das famosas reuniões de Canal Caveira, às portas de Lisboa) sejam virgens no processo. Ou isso, ou as virgens nas minhas fantasias são claramente efabuladas. Prefiro pensar que não são.
Isso não impede que eu goste muito de ver o entusiasmo que LF Vieira dedica ao processo Apito Dourado, normalmente nos dias a seguir à publicação de notícias comprometedoras sobre a sua actividade imobiliária, os seus contratos paralelos ou o seu estatuto volátil de arguido-réu-absolvido-arguido. É verdade que ninguém lhe escutou qualquer comentário quando o seu clube era o mandante da Liga de clubes, quando arrastaram um jogo para o Algarve, deram as botas ao árbitro e na semana que antecedeu o jogo andaram a convidar jogadores do Estoril para almoçaradas. Isto já sem falar na ilegalidade do Veiga, ex-director do departamento de futebol lampão ser dono do Estoril e aquele clube ser dirigido por ex-dirigentes dos lampiões... Já para não falar dos contratos feitos com jogadores do Setúbal na véspera de jogarem contra aquela equipa. Coisas inocentes, portanto...
Neste domingo, aconteceu a sequela de um filme mil vezes exibido. O estádio, graças ao Porto, estava cheio como um ovo. As claques do Benfica foram espectaculares antes do início do jogo. Ouviram-se cânticos aterrorizadores para jogadores e adeptos do FC Porto. O jogo começou sob um ambiente infernal para os forasteiros. Com gelo nas veias, os jogadores do FC Porto tomaram conta das operações e fizeram a bola correr à velocidade desejada. Apesar do vendedor de banha da cobra que estava sentado no banco, o FC Porto dominou. Criou hipóteses de golo. Marou o golo da ordem num lance que a imprensa de hoje descreve como esporádico e fruto do acaso. . Só não ganhou, porque para completar o dia das mentiras, Lucho (a quilómetros luz daquele jogador intratável do passado) fez a mentira de meter um golo na própria baliza. Mentira! E levou a água ao seu moinho, paesar de tudo. Não perdeu. O resultado que obteve foi com sangue suor e lágrimas. Não por manha. Nem por trapaça. Porque é consistentemente melhor.
Mas infelizmente existe o Apito Dourado.
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