Luís Filipe Vieira não quer Vândalos no próximo clássico da Luz. Calha bem porque os Vândalos estão extintos há séculos. Aliás, já tinham desaparecido da Península Ibérica há muito tempo quando, por exemplo, os reis cristãos finalmente expulsaram os Mouros destas partes. De resto, os Vândalos têm sido alvo de algumas injustiças ao longo dos séculos. De facto, apesar de terem ocupado e saqueado Roma em 455, sabe-se hoje que causaram muito menos danos à Cidade Eterna do que os muitos exércitos que ao longo dos séculos foram sucessivamente conquistanto a capital italiana, mas, lá está, uma mentira repetida as vezes suficientes acaba por se tornar verdade. Mas não era dos Vândalos a sério que o presidente do Benfica estava a falar. Referia-se a vândalos com minúsculas, a adeptos mal comportados, daqueles que provocam distúrbios, desrespeitam a autoridade e atentam contra a integridade física dos restantes espectadores de futebol. O presidente do Benfica não quer na Luz adeptos como aqueles portistas que há um par de semanas atiraram cadeiras e petardos para as bancadas inferiores, mas por definição, também não deve querer lá adeptos como aqueles benfiquistas que se envolveram em confrontos com o corpo de intervenção da PSP antes do jogo, nos acessos ao estádio. E, certamente, não vai querer adeptos como aqueles que há alguns anos atingiram mortalmente um adversário na bancada oposta com um "very-light", ou os que atacaram a equipa de hóquei do FC Porto à saída do Pavilhão da Luz provocando um traumatismo craniano a Filipe Santos. E também não deve querer lá aqueles adeptos do Sporting que pouco antes do Euro'2004 invadiram o relvado de Alvalade precisamente na sequência de uma derrota com o Benfica munidos de paus e má disposição. É que vândalos há muitos e de todas as cores, mas são todos iguais. E nenhum deles é bem-vindo a nenhum estádio de futebol.
O Jogo Seg, 9 Abr 2007
O Jogo Seg, 9 Abr 2007
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