Metade de mim cavalo de mim mesma eu te domino
Eu te debelo com espora e rédea
Para que não te percas nas cidades mortas
Para que não te percas
Nem nos comércios de Babilônia
Nem nos ritos sagrentos de Nínive
Eu aponto o teu nariz para o deserto limpo
Para o perfume limpo do deserto
Para a sua solidão de extremo a extremo
Por isso te debelo te combato te domino
E o freio te corta a espora te fere a rédea te retém
Para poder soltar-se livre no deserto
Onde não somos nós dois mas só um mesmo
No deserto limpo com seu perfume de astros
Na grande claridade limpa do deserto
No espaço interior de cada poema
Luz e fogo perdidos mas tão perto
Onde não somos nós dois mas só um mesmo
Sophia de Mello Breyner Andresen
Eu te debelo com espora e rédea
Para que não te percas nas cidades mortas
Para que não te percas
Nem nos comércios de Babilônia
Nem nos ritos sagrentos de Nínive
Eu aponto o teu nariz para o deserto limpo
Para o perfume limpo do deserto
Para a sua solidão de extremo a extremo
Por isso te debelo te combato te domino
E o freio te corta a espora te fere a rédea te retém
Para poder soltar-se livre no deserto
Onde não somos nós dois mas só um mesmo
No deserto limpo com seu perfume de astros
Na grande claridade limpa do deserto
No espaço interior de cada poema
Luz e fogo perdidos mas tão perto
Onde não somos nós dois mas só um mesmo
Sophia de Mello Breyner Andresen
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