O advogado Hugo Marçal, um dos arguidos no processo Casa Pia, está a concorrer ao curso de acesso à magistratura, o que lhe pode valer um julgamento autónomo, noticia o semanário «Sol».
Hugo Marçal, acusado de abuso sexual no processo de pedofilia da Casa Pia, poderá ser admitido no curso de formação de magistrados. De acordo com a edição online do semanário "Sol", o nome do advogado de 46 anos vem publicado no Diário da República, entre centenas de candidatos a frequentar a escola que forma os juizes portugueses. O nome de Hugo Manuel Santos Marçal surge na página 4961 do Diário da República de ontem, 2.ª série, com o número 802, na lista de candidatos a ingressar no CEJ. No entanto, ao contrário dos outros, Hugo Marçal não vai prestar provas.Pelo facto de ser doutor em Direito - grau académico que terá obtido em Espanha - está por lei «isento da fase escrita e oral» e tem ainda «preferência sobre os restantes candidatos». Ou seja, o advogado de Elvas está na prática à beira de ser seleccionado para o curso do Centro de Estudos Judiciários (CEJ), que formará a próxima geração de magistrados.
Se concluir o curso com aproveitamento e iniciar uma carreira nos tribunais – primeiro como auditor de justiça, depois como juiz de direito – Marçal terá também o privilégio de não ser julgado num tribunal de primeira instância. Assim, se o julgamento do processo Casa Pia ainda subsistir, haverá que proceder à separação de processos, e o caso do advogado de Elvas será tratado por juizes desembargadores, no tribunal da Relação.
Advogado em Elvas, Hugo Marçal, de 46 anos, é suspeito do abuso reiterado de um ex-aluno da Casa Pia e de ser cúmplice no esquema de prostituição alegadamente montado por Carlos Silvino.
A acusação relaciona-o com os encontros numa casa de Elvas onde menores da Casa Pia mantinham relações sexuais com clientes angariados por Silvino, o ex-motorista da Casa Pia e principal arguido do processo.
São ainda acusados neste processo Carlos Cruz, o ex-provedor-adjunto da Casa Pia, Manuel Abrantes, e o médico Ferreira Diniz, entre outros.O Ministério Público pretende que Hugo Marçal seja condenado por 36 crimes: 22 de lenocínio e 14 de abusos sexuais de menores (respeitantes a um único menor).







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