Paulo Pereira, de Almeida, Professor do ISCTE e investigador (in JN)
No passado sábado, aquando da eleição das "novas 7 maravilhas do Mundo", a estátua da Liberdade - uma das 20 maravilhas - foi objecto de uma vaia por parte do público que assistia - no Estádio da Luz, em Lisboa - ao espectáculo. Curiosa vaia esta, num momento em que a Europa procura respostas para a sua árdua construção.
A verdade é que, desde o final da II Guerra Mundial, os europeus gozam de um período de paz e de prosperidade ímpar na sua história, mas nem por isso deixaram de pôr em causa um tratado constitucional e não hesitaram em protestar violentamente nas ruas de França contra um aumento continuado do desemprego. Como europeus, as suas razões parecem absolutamente legítimas e compreensíveis o chamado projecto europeu não possui ainda a desejável consistência e o espaço europeu de trabalho não deve, sejamos claros, transformar-se num espaço europeu de desemprego (ou de precariedade). Mas, se também é verdade que, nesta primeira metade da década de 2000, a relação transatlântica ficou muito marcada pela guerra no Iraque e pelas opções da Administração de George Bush (filho) nessa crise, a atitude dos europeus para com a generalidade do povo norte-americano não pode deixar de causar espanto. Vale a pena, por isso mesmo, recuar na história e relembrar que, já em 1898, a guerra hispano-americana tinha dado um dos primeiros pretextos para os EUA intervirem de forma armada fora do seu território. E quando Woodrow Wilson assumiu a presidência, em 1913, foi confrontado com uma sucessão de acontecimentos que, a seu tempo, vieram a dar razão aos chamados "internacionalistas" (e retirá-la aos seus opositores políticos, os "isolacionistas"). Wilson participou activamente na construção da Aliança Transatlântica após a I Guerra Mundial, tendo sido Prémio Nobel da Paz. Também na saída de uma situação de deserto económico e de caos social, no final da II Grande Guerra, a Europa pôde contar com a "mão amiga" dos EUA. O então secretário de Estado George Marshall propôs a criação de um amplo plano económico - o famoso "Plano Marshall" - que possibilitou a reconstrução da Europa Ocidental e, paralelamente, afastou a ameaça do comunismo.
Perante estes factos - históricos e irrefutáveis -, é também nossa obrigação, enquanto europeus e democratas, demonstrar alguma gratidão. E visão de futuro…
No passado sábado, aquando da eleição das "novas 7 maravilhas do Mundo", a estátua da Liberdade - uma das 20 maravilhas - foi objecto de uma vaia por parte do público que assistia - no Estádio da Luz, em Lisboa - ao espectáculo. Curiosa vaia esta, num momento em que a Europa procura respostas para a sua árdua construção.
A verdade é que, desde o final da II Guerra Mundial, os europeus gozam de um período de paz e de prosperidade ímpar na sua história, mas nem por isso deixaram de pôr em causa um tratado constitucional e não hesitaram em protestar violentamente nas ruas de França contra um aumento continuado do desemprego. Como europeus, as suas razões parecem absolutamente legítimas e compreensíveis o chamado projecto europeu não possui ainda a desejável consistência e o espaço europeu de trabalho não deve, sejamos claros, transformar-se num espaço europeu de desemprego (ou de precariedade). Mas, se também é verdade que, nesta primeira metade da década de 2000, a relação transatlântica ficou muito marcada pela guerra no Iraque e pelas opções da Administração de George Bush (filho) nessa crise, a atitude dos europeus para com a generalidade do povo norte-americano não pode deixar de causar espanto. Vale a pena, por isso mesmo, recuar na história e relembrar que, já em 1898, a guerra hispano-americana tinha dado um dos primeiros pretextos para os EUA intervirem de forma armada fora do seu território. E quando Woodrow Wilson assumiu a presidência, em 1913, foi confrontado com uma sucessão de acontecimentos que, a seu tempo, vieram a dar razão aos chamados "internacionalistas" (e retirá-la aos seus opositores políticos, os "isolacionistas"). Wilson participou activamente na construção da Aliança Transatlântica após a I Guerra Mundial, tendo sido Prémio Nobel da Paz. Também na saída de uma situação de deserto económico e de caos social, no final da II Grande Guerra, a Europa pôde contar com a "mão amiga" dos EUA. O então secretário de Estado George Marshall propôs a criação de um amplo plano económico - o famoso "Plano Marshall" - que possibilitou a reconstrução da Europa Ocidental e, paralelamente, afastou a ameaça do comunismo.
Perante estes factos - históricos e irrefutáveis -, é também nossa obrigação, enquanto europeus e democratas, demonstrar alguma gratidão. E visão de futuro…
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