A única coisa de qualidade que o Benfica tinha para apresentar em Getafe era um banco de suplentes carregadinho de velhas glórias. Era o Chalana, era o Shéu, era o Rui Águas, era o Eusébio. E era ainda um indivíduo que eu não consegui identificar, mas que devia ter sido um adepto que ganhou uma presença no banco com o kit novo sócio. Ou então era o gajo da peça de cristal para o árbitro húngaro.
Mas a presença do glorioso decadente no estádio do 10º classificado espanhol foi confrangedora logo a começar nos adeptos benfiquistas que deram uma imagem péssima de Portugal. Houve intervenção policial e até se viu uma bandeira benfiquista a arder, não sei se por acidente, porque foi no início do jogo. Seria importante dizer aos espanhóis que aquilo não representa o povo português e que aqueles comportamentos só se justificam à luz de uma profunda depressão que o adepto benfiquista atravessa neste momento.
No final do jogo, só um Chalana todo engravatado (até parecia um treinador!) e à espera que lhe saísse a sorte grande (i.e. Vieira aplicar-lhe a "receita Paulo Bento") poderia dizer a barbaridade que disse: que o Benfica merecia ganhar e que jogou melhor que os espanhóis. Aliás, Chalana deve ficar calado, pois é uma anedota linguística...
Por falar em Vieira, foi a primeira vez que a um desaire do seu clube não se seguiu uma declaração explosiva sobre o Apito Dourado. Em vez disso, o presidente da nação benfiquista, preferiu desenterrar Vale e Azevedo e dizer que este branqueou muita gente. Depois de várias frases enigmáticas, como fica bem a qualquer demagogo, atirou com um lapidar "O Benfica é um clube muito apetitoso". O Getafe também foi da mesma opinião.