Kosta de Alhabaite

Nortenho, do Condado Portucalense

Se em 1628 os Portuenses foram os primeiros a revoltar-se contra o domínio dos Filipes, está na hora de nos levantarmos de novo, agora contra a corrupçao, o centralismo e colonialismo lisboeta!

Urge uma revolução de mentalidades

 É mais que evidente que o que está a prejudicar o exercício da democracia em termos reais são nada mais, nada menos que as concentrações das oligarquias politico-económicas que só têm tirado partido das instituições para seu gáudio pessoal e das suas clientelas. As diversas eleições com que o regime contempla os cidadãos mais não são uma mera ilusão em que na verdade tudo é subvertido e controlado pelos partidocratas a favor das tendências da atmosfera política e de um rotativismo em que quem manda não são as bases partidárias nem a sociedade civil, mas os barões. As bases são manipuladas para reforçar votos e legitimar numericamente os candidatos que os baronatos e clientes indicam e patrocinam e a imagem é trabalhada exaustivamente para que as bases e os cidadãos sejam convencidos.
Entenda-se como imagem os soundbytes, a parafernália logística, o marketing de imagem puro e simples, etc... Vendem-se produtos vantajosos ao povo para os governar (seja a nível local, legislativo ou presidencial) com a mesma eficácia com que se vende nos anúncios comerciais nos intervalos dos filmes e das novelas. Alguns cidadãos torcem pelos partidos como quem torce pelos três grandes clubes de futebol nacionais. A maioria diz-se desiludida, mas lá acaba por votar por quem a maré mediática indica.
O facto é que quanto maiores forem as populações e os territórios, maiores serão as distâncias entre governantes e governados, mas se o número de pessoas incluídas na vida política aumentar, então a forma como se organiza a coisa pública será mais exigente e haverão limites para as oligarquias. Ou seja, com a sociedade civil mais participativa nos destinos do seu país, teremos uma melhor sociedade nacional.
Estamos perante não uma oligarquia, mas várias que se degladiam pelo poder e pela imposição da sua visão para o país que tem mais a ver com o domínio dos seus barões e clientes patrocinadores, assentes em governações com ideologias que servem meramente de rótulos, e cada vez menos de essência. No entanto esses conflitos entre oligarquias dão margem de manobra para que a sociedade civil possa crescer, pois não há um poder oligárquico central, o que abre uma janela de oportunidade para a sociedade civil se afirmar e crescer e reclamar o seu espaço de direito para consolidar a democracia.
Há que ter em conta que as oligarquias e os abusos consequentes têm origem num domínio desregulado, por não haver um Magistrado Estatal isento, não oriundo das mesmos meios que os elementos que é suposto arbitrar com isenção, pois por mais que a actual arbitragem tente, é tarefa impossível de executar eficazmente.
Deve a sociedade civil reclamar mais direitos, tomar iniciativas e lutar por uma democracia equilibrada, analisando a conjuntura atentamente e debatendo as melhores soluções e ter a coragem de denunciar as injustiças, procurando chamar a atenção de quem nos governa, independentemente da cor partidária, para o que está errado de forma construtiva e munida de dados sólidos.
Convém frisar que o problema não são os partidos, que foram concebidos para servir os cidadãos, mas sim o excesso de poder dos mesmos que os esvazia ideologicamente e emperra a verdadeira democracia.

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